Código
RC012
Área Técnica
Cirurgia Refrativa
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Disciplina de Oftalmologia da Faculdade de Medicina do ABC
Autores
- ALLAN GOMES DA SILVA (Interesse Comercial: NÃO)
- FERNANDO MARTINS DE OLIVEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- FABIO HENRIKE FERRARI NASSAR (Interesse Comercial: NÃO)
Título
PERFURAÇAO CORNEANA COMO COMPLICAÇAO DE CROSSLINKING: RELATO DE CASO
Objetivo
Discutir o manejo e a etiologia da perfuração corneana após a cirurgia de Crosslinking (CXL) e uso tópico de anti-inflamatório não esteroidal (AINE). Este caso clínico evoluiu para Transplante (Tx) de córnea e, após uso crônico de corticoesteróides (CE), catarata secundára, que foi tratada por Facoemulsificação (Faco) com implante de Lente Intra-Ocular (LIO).
Relato do Caso
Paciente F.H.D.S., aos 13 anos foi diagnosticado com ceratocone em franca evolução, sendo realizado CXL em Olho Direito (OD). No 7º dia de pós-operatório (7º PO) evoluiu com área central de desepitelização de aproximadamente 3 mm com frouxidão do epitélio corneano e foi indicado debridamento epitelial periférico, Lente de Contato Terapêutica (LCT) e AINE tópico. No 15º PO apresentava perfuração central de 1 mm com tamponamento de íris e atalamia, tratados com LCT e cola de cianoacrilato. No 23º PO foi realizado Tx tectônico de córnea e introduzido associação tópica de Moxifloxacino com Dexametasona. No 5º PO do Tx, foi associado Prednisolona tópica, que se fez necessária por período prolongado (9 meses). No 8º mês após o Tx, apresentava Acuidade Visual (AV) de 20/250 em OD, e, após 1 mês, AV de 20/400 e Catarata Subcapsular Posterior. Frente a este diagnóstico foi descontinuada a corticoterapia e indicada cirugia de Faco + LIO. Após esta cirurgia, evoluiu bem no PO imediato e tardio. Ao 21º PO apresentava melhora da AV para 20/80, associado a opacidade de cápsula posterior de 2+/4+ que foi tratada com yag-laser no 6º mês PO, chegando a AV corrigida de 20/30 em OD e 20/20 em OE.
Conclusão
O caso apresenta o manejo de uma rara complicação do CXL, a perfuração corneana em um paciente jovem. Não podemos excluir a hipótese da associação desta ao uso de AINE no PO. Esta complicação, e a boa condução do caso com desfecho favorável à visão do paciente, têm poucas descrições na literatura. A importância deste trabalho reside na raridade deste caso e na necessidade de melhor entendimento, por parte da comunidade científica, do manejo e fisiopatologia da complicação apresentada.