Código
RC055
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Instituto de Olhos Ciências Médicas
Autores
- ANA FLAVIA ALVES DE OLIVEIRA E OLIVEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- LUCIANO MESQUITA SIMÃO (Interesse Comercial: NÃO)
- ANA CAROLINA ALVES NUNES (Interesse Comercial: NÃO)
Título
DRUSAS SUPERFICIAIS DE DISCO OPTICO EM CRIANÇAS
Objetivo
Relatar a ocorrência de drusas superficiais de disco óptico em criança e o seu diagnóstico diferencial com o papiledema secundário à hipertensão intracraniana idiopática
Relato do Caso
Um paciente de 10 anos comparece ao ambulatório de neuroftalmologia encaminhado por achado de papiledema bilateral não observado em última consulta oftalmológica há 2,5 anos. Paciente relata ínicio de cefaléia diária bitemporal há seis meses. Não apresentava outros sinais e sintomas, exceto obesidade de 12 kg acima do peso ideal. Apresentava à avaliação, acuidade visual de 20/20 bilateralmente. Testes de sensibilidade ao contraste, de Ishihara, tela de Amsler e biomicroscopia revelavam sem alterações. À fundoscopia apresentava discos elevados com limites imprecisos em ambos os discos ópticos, vasos epipapilares preservados e discreto ingurgitamento venoso. Campo visual computadorizado e manual revelava bilateralmente escotomas relativos nasais e aumento da mancha cega, respectivamente. Foi aventada a hipótese de drusas de disco óptico e, ainda, hipertensão intracraniana idiopática por achado “recente” da fundoscopia, a cefaléia e a obesidade. Ressonância de encéfalo e órbitas demonstrava aumento do espaço perióptico retrobulbar bilateralmente. Angioressonância magnética venosa encefálica, análise do líquor e raquimanometria revelaram-se dentro da normalidade. Ecografia ocular evidenciou drusas de disco óptico bilateralmente.
Conclusão
Este caso enfatiza a superficialização das drusas de disco óptico em crianças que acontece geralmente ao final da primeira década de vida. O diagnóstico diferencial com papiledema secundário à hipertensão intracraniana idiopática deve ser lembrado e a indicação de uma extensa investigação laboratorial e imaginológica deve ser criteriosa, mesmo se a ecografia ocular confirmar drusas de disco óptico, pela possibilidade da coexistência dos dois diagnósticos.