Código
RC077
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Federal de Bonsucesso
Autores
- REBECA DE AZEVEDO SOUZA (Interesse Comercial: NÃO)
- ROLAND BITTENCOURT GOETTENAUER NETO (Interesse Comercial: NÃO)
- THIAGO JOSÉ CAVALCANTI VALADÃO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
SINDROME DE GUILLAIN-BARRE EM ASSOCIAÇAO COM OFTALMOPLEGIA DIAGNOSTICADO COM SOROLOGIA PARA CHIKUNGUNYA
Objetivo
Descrever um caso clínico de um paciente de 37 anos, natural da cidade do Rio de Janeiro, que após um quadro febril desenvolveu síndrome de Guillain-Barré por Chikungunya associada com oftalmoplegia.
Relato do Caso
Paciente masculino, 37 anos, internado na enfermaria de Clínica Médica devido à paraparesia de membros inferiores, diagnosticado com Síndrome de Guillain-Barré. Desde o momento da internação apresenta queixa de BAV em ambos os olhos e limitação da motilidade ocular bilateral. Ao exame oftalmológico, o paciente apresenta AV com a melhor correção de 20/20 AO, negava diplopia ou dor ocular, biomicroscopia de segmento anterior sem alterações, e fundoscopia de segmento posterior sem alterações. Ao exame da musculatura ocular extrínseca, o paciente apresentava ptose palpebral bilateral mais evidente à esquerda que a direita na posição primária do olhar, motilidade ocular intrínseca preservada, reflexos fotomotores preservados, pupilas centradas sem desvio, ausência dos movimentos de adução, abdução, elevação, depressão, infraversão e supraversão de ambos os olhos. Foram solicitados sorologias virais para Dengue com IgM negativo, PCR para Zika não detectável, e Chikungunya com IgM não reagente e IgG reagente. O paciente estava em tratamento conjunto com a Neurologia recebendo Imunoglobulina endovenosa com início de melhora da paresia dos membros inferiores.
Conclusão
A oftalmoplegia pode se manifestar tanto na síndrome de Guillain-Barré quanto na sua variante Miller-Fisher, quando há típico acometimento limbar. Entretanto, a oftalmoplegia na síndrome de Guillain-Barré não é encontrada com freqüência. As arboviroses como Zika, Dengue e Chikungunya já foram descritas previamente com manifestações neurológicas agudas, além de serem encontradas na análise laboratorial do líquido céfalo-raquidiano desses pacientes. Diante do quadro de epidemia dos últimos anos, qualquer quadro febril com manifestação neurológica e/ou oftalmológica deve ser considerado como diagnóstico diferencial para essas arboviroses, especialmente em áreas endêmicas.