Código
RC050
Área Técnica
Miscellaneous
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Oftalmológico de Anápolis
Autores
- GEORGE ALENCASTRO DE CARVALHO PAES LANDIM (Interesse Comercial: NÃO)
- Rayssa Medeiros Léda (Interesse Comercial: NÃO)
- Vinícius Stival Veneziano Sobrinho (Interesse Comercial: NÃO)
Título
CISTO ESTROMAL IRIANO PRIMARIO EM ADULTO: APRESENTAÇAO INCOMUM DE UMA PATOLOGIA RARA
Objetivo
Relatar um caso bem documentado de cisto estromal iriano primário em fase adulta da vida, incomum para a faixa etária.
Relato do Caso
Paciente de 62 anos, sexo feminino, procurou assistência oftalmológica com queixa de sensação de corpo estranho, hiperemia ocular e alegando nódulo em olho esquerdo (OE). Relatou uso corticoide e lubrificante ocular sem melhora. Não havia traumas e cirurgias oculares prévias. Ao exame clínico apresentava acuidade visual com correção OD: 20/20 e OE: 20/25; biomicroscopia de OD: sem alterações; OE: cisto iriano único e exuberante com transluminação positiva medindo 5,5mm de diâmetro vertical e 3,0mm horizontal localizado em hemisfério temporal. Exames complementares: Ultrassonografia biomicroscópica (UBM) e PENTACAM-OE: cisto iriano expansivo estromal em contato com endotélio corneano, paredes íntegras, ausência de lesões sólidas. Microscopia especular central não mostrou alterações significativas de celularidade e de morfismo celular. Curva tensional mostrou PIO média de 10 mmHg, e campimetria visual sem alterações. Foi programada iridotomia com YAG-Laser local para tratamento da lesão.
Conclusão
Cistos estromais são raros (20-30% dos cistos irianos) e o presente caso descreve um exemplo incomum para a faixa etária, já que os cistos primários (espontâneos ou congênitos) ocorrem em vasta maioria (85%) no primeiro ano de vida, e são sintomáticos. Ainda são descritos na literatura cistos secundários (pós-trauma ou medicamentoso). O exame de UBM realizado no diagnóstico é fundamental na diferenciação entre cistos irianos e lesões do segmento anterior que simulam melanoma e tumores sólidos. Embora permaneça controversa a patogenia na literatura, a maioria dos cistos resulta de uma separação das camadas epiteliais da íris, enquanto o cisto espontâneo do caso descrito surge de um aprisionamento de células do ectoderma superficial dentro do estroma, sugerindo uma origem embriológica. O caso demonstra a importância da correta caracterização da origem histológica de cistos irianos, que influenciam conduta e prognóstico.