Código
RC125
Área Técnica
Plástica Ocular
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian – Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS)
Autores
- WILLIAM IVAN MIYASATO (Interesse Comercial: NÃO)
- MARCELO CHEMIN CURY (Interesse Comercial: NÃO)
- MAURO PALMIRO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
PARACOCCIDIOIDOMICOSE COM GRAVE ACOMETIMENTO OCULO-PALPEBRAL
Objetivo
Relatar um caso de paracoccidioidomicose com grave acometimento óculo-palpebral e apresentar uma opção de tratamento para a reconstrução da pálpebra, além da grande complexidade que esses casos podem ter.
Relato do Caso
Paciente ARS, sexo masculino, 49 anos, operador de máquinas agrícolas. Iniciou há quatro anos prurido no olho direito, redução da acuidade visual, ardência, fotofobia e lesão na pálpebra superior direita. Ao exame: olho direito com acuidade visual conta dedos, lesão extensa de pálpebra superior direita, ulcerada, destruição de tecidos palpebrais, gerando instabilidade e consequente entrópio pela grande destruição da placa tarsal. Além de ptose palpebral reacional ao entrópio e acometimento cerato-conjuntival. Fundoscopia: normal. Biópsia da lesão: paracoccidioidomicose. Iniciado tratamento sistêmico com Itraconazol e sulfametoxazol e trimetoprima. A reconstrução da pálpebra superior foi realizada com enxertia de cartilagem conchal da orelha direita, para substituir o tarso e devolver estabilidade à pálpebra superior. Quatro meses após a cirurgia apresentou recidiva parcial dos sintomas. Um segundo procedimento foi necessário: deslizamento de lamela anterior. No pós-operatório, observou-se melhora da fotofobia, ardência ocular e do entrópio. Porém, o paciente apresentava ptose e dermatocalaze residual. Optou-se por blefaroplastia superior e correção de ptose com encurtamento (plicatura) do músculo elevador da palpebra. Houve reconstrução da pálpebra superior com abertura da fenda e melhor movimentação palpebral. Este caso apresentou um grave acometimento óculo-palpebral secundário a infeccão ocular por paracoco com necessidade de reconstrução palpebral em três tempos. O paciente evoluiu com acuidade visual 20/40.
Conclusão
A paracoccidioidomicose pode comprometer qualquer órgão, o que leva a um quadro clínico variado, tratamento crônico e sequelas que podem causar incapacidade e má qualidade de vida. O acometimento ocular é raro, mas pode levar a grande destruição tecidual peri orbitária, tornando um grande desafio para sua reconstrução.