Código
RC074
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Regional de São José
Autores
- JULIANA BERTAIOLLI DIRCKSEN PAGANELLI (Interesse Comercial: NÃO)
- MARCELO BRILLINGER NOVELLO (Interesse Comercial: NÃO)
- JUERCIO LUIS BURGARDT FILHO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
RELATO DE CASO NEUROMIELITE OPTICA
Objetivo
Relatar um caso de Neuromielite Óptica.
Relato do Caso
S.G., feminina, 28 anos, procurou a emergência com baixa da acuidade visual há 1 mês no olho direito (OD) (vultos) e há 7 dias no olho esquerdo (OE) (20/400), associada à dor à movimentação ocular. Negava trauma ocular e comorbidades. Revelou à biomicroscopia revelou média midríase em ambos os olhos, com reflexo fotomotor e consensual presentes; à fundoscopia do OD com opacidades vítreas lineares e palidez do disco óptico, com discreta elevação da borda inferior. Durante a investigação manteve as queixas oftalmológicas da admissão e apresentou exame físico neurológico e geral normais. Foram realizados exames complementares, nos quais encontrou-se as seguintes alterações: FAN padrão nucleolar positivo, eletroforese de proteínas plasmáticas com aumento de gamaglobulinas, líquor com aumento de proteínas, imunoglobulina IgG e bandas oligoclonais e ressonância magnética (RM) com alterações. RM de órbitas: Neurite óptica bilateral, comprometendo os segmentos orbitários e intracranianos, predominando à esquerda. RM de Crânio: redução volumétrica de ambos os nervos ópticos, com alteração do seu sinal normal na porção intra-orbitária à direita e principalmente na porção quiasmática e no trato óptico do lado esquerdo. RM de Coluna cervical, dorsal e lombar (02/06/16): lesão medular com extensão de T4-T7, além de menores lesões comprometendo o funículo lateral direito de C7 e em T10-T11 (funículo posterior) que não sofrem impregnação pelo contraste. Realizado, por fim, o anticorpo antiaquaporina 4 IgG (AQP4-IgG), que demonstrou positividade.
Conclusão
A Neuromielite óptica (NMO) é uma doença inflamatória rara do sistema nervoso central caracterizada por grave neurite óptica e mielite transversa (1,2), sendo associada ao AQP4-IgG(3). Esta paciente, apesar do difícil diagnóstico, apresentou as características clínicas e radiológicas da doença, bem como o AQP4-IgG positivo, conforme os critérios do Consenso Internacional para Desordens do Espectro da NMO.(4)