Código
RC216
Área Técnica
Uveites / AIDS
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Fundação Leiria de Andrade
Autores
- TICIANA DE FRANCESCO FIGUEIREDO (Interesse Comercial: NÃO)
- NATALIA PONTE NOGUEIRA (Interesse Comercial: NÃO)
- SARAH PEREIRA DAVID MAIA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
ESCLERO-UVEITE ASSOCIADA A HERPES ZOSTER FACIAL: RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar caso de paciente com esclero-uveíte associada à hérpes-zóster facial, evoluindo com membranana neovascular subrretiniana como complicação final
Relato do Caso
A.B.B, sexo masculino, 60 anos, atendido no hospital de olhos Leiria de Andrade relatando, há 3 dias, quadro de dor em hemiface direita associado à lesões vesiculares, baixa da acuidade visual, hiperemia conjuntival e dor ocular à direita. Apresentava à primeira avaliação : Ectoscopia: lesões vesiculares em hemiface direita atingindo a região nasal até a ponta do nariz. Acuidade visual com correção: OD 20/100 OE 20/20. Pressão intraocular: 36/12mmHg. Biomicroscopia OD: hiperemia conjuntival 2+/4+, edema de córnea 2+/4+, preciptados ceráticos, pigmentos irianos em cápsula anterior de cristalino e catarata, OE: normal. Fundo de olho OD: impossibilitado por opacidade de meios, OE: normal. Iniciado tratamento com aciclovir oral 4g/dia associado à acetato de prednisolona, midriático e hipotensor tópicos. No decorrer do tratamento, paciente obteve melhora do quadro de uveíte anterior, porém evoluiu com distopia, exoftalmia e limitação da movimentação ocular. Foi feito ultrassonografia ocular do olho direito, que identificou o "sinal do T", sugerindo a hipótese diagnóstica de esclerite posterior pós-herpética. Iniciou-se prednisona oral 0,75 mg/kg , evoluindo com regressão do quadro. Durante seguimento, foi visualizado no fundo de olho direito edema macular com hemorragias perilesionais, sendo solicitado tomografia de coerência óptica, que evidenciou membrana neovascular subrretiniana. Foi indicado injeção de antiangiogênico, sem resultado significativo, sendo adquirida conduta expectante.
Conclusão
A esclerite posterior é uma inflamação posterior à ora serrata, e no quadro clínico é comum o envolvimento da retina e da coróide, podendo apresentar como complicação uma membrana neovascular subrretiniana. Apesar de estar comumente associada à doenças sistêmicas auto-imunes, é importante descartar processos infecciosos, como hérpes zóster, conforme evolução do paciente descrito em nosso caso.