Sessão de Relato de Caso


Código

RC100

Área Técnica

Oncologia

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Instituto de Oftalmologia do Rio de Janeiro
  • Secundaria: Instituto Nacional do Câncer

Autores

  • RACHELL RAYMUNDO RIBEIRO (Interesse Comercial: NÃO)
  • LUIZA BITTENCOURT SOUZA (Interesse Comercial: NÃO)
  • EVANDRO GONCALVES LUCENA (Interesse Comercial: NÃO)

Título

MELANOMA DE COROIDE COM METASTASE PARA OMENTO

Objetivo

Descrever um caso de melanoma de coroide com metástase para omento.

Relato do Caso

Paciente, 62 anos, sexo masculino, com queixa de baixa acuidade visual progressiva em olho direito. Ao exame oftalmológico apresentou acuidade visual em olho direito: 20/800 e em olho esquerdo: 20/20. À fundoscopia notou-se tumor melanocítico em pólo posterior, temporal a mácula com descolamento de retina seroso (DRS) em 3 quadrantes e pigmento amarelado na superfície. Foram realizados ecografia ocular e ressonância nuclear magnética, que demonstraram lesão de 4 mm de altura por 9 mm de base. Através dos exames, foi sugerido o diagnóstico de melanoma de coróide, posteriormente confirmado através de biópsia trans-retiniana por vitrectomia via pars plana. Coleta de sangue para análise genética também foi realizada. A radiocirurgia estereotáxica hipofracionada foi escolhida como tratamento e mostrou bom resultado. O tumor regrediu para 2 mm de altura por 7 mm de base e o DRS desapareceu. Um ano e dois meses após o tratamento, o paciente desenvolveu metástase para omento a qual foi tratada com cirurgia e quimioterapia citotóxica. Atualmente, o tumor primário encontra-se estável e o paciente não apresenta sinais de nova metástase.

Conclusão

O melanoma uveal é o tumor maligno intraocular primário mais comum no adulto, sendo a coróide responsável por 90% dos casos. Afeta cerca de 6 milhões de pessoas por ano e possui alta capacidade de disseminação à distância. O fígado é o sítio mais acometido (80 a 90% dos casos), seguido de pele e pulmões. Pode ser fatal em 50% dos pacientes devido à doença metastática, que é clinicamente evidente ao diagnóstico em menos de 1% dos casos. O seguimento à longo prazo revela metástases em 31% dos pacientes em 5 anos. A sobrevida é de cerca de 6 meses e apesar dos avanços no tratamento, permaneceu inalterada nos últimos 30 anos. Devido à raridade de tumores com metástase para omento, não há consenso no tratamento desses casos. Acompanhamento é de suma importância para o diagnóstico e tratamento precoces da doença metastática.

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