Título

NEUROFIBROMATOSE SISTEMICA E OCULAR: RELATO DE CASO

Objetivo

Conhecer as manifestações oculares dos nódulos de Lisch na neurofibromatose sistêmica e relatar a sua abordagem terapêutica.

Relato do Caso

M. J. S. V., feminino, 49 anos. Paciente chega à urgência oftalmológica com queixa de baixa acuidade visual progressiva em ambos os olhos. Ao exame ocular, acuidade visual sem correção, foi prejudicada, uma vez que o paciente era pouco colaborativo, analfabeto e realizou o exame por método de tentativas, olho direito/; 20/25-20/200; olho esquerdo: conta dedos à 2 metros. Biomicroscopia: olho direito: olho calmo, nódulos de Lisch, câmera anterior formada, sem reação de câmara, catarata cortical ++; olho esquerdo: olho calmo, nódulos de Lisch, catarata +++, pterígio g2-3. Fundoscopia: olho direito: rarefação de epitélio pigmentar da retina, atrofia peripapilar, mobilização de pigmento, mácula de aspecto normal; olho esquerdo: impossibilitado por meios. Foi solicitado exérese de pterígio, programado cirurgia de catarata e foram dadas orientações gerais de cuidados. Paciente retorna no primeiro dia de pós-operatório de pterígio em olho esquerdo. Ao exame de biomicroscopia, olho direito: permaneceu com as mesmas alterações; olho esquerdo: tratamento in situ, pontos patentes e bom aspecto. Foi solicitado retorno do paciente em dez dias, mantendo antibiótico tópico e lubrificante.

Conclusão

Os nódulos de Lisch podem ser encontrados na neurofibromatose tipo 1, sendo considerado um dos critérios de diagnóstico a presença de dois ou mais nódulos. São lesões hamartomatosas, bem definidas que acometem ambos os olhos, formando elevações gelatinosas na superfície da íris, de formato arredondado, podendo ter coloração de transparente a amarelo ou marrom, porém não causam problemas visuais. É importante ter conhecimento sobre a presença de nódulos de Lisch para firmar diagnóstico, principalmente naqueles que apresentam poucas manifestações da doença.