Código
RC031
Área Técnica
Doenças Sistêmicas
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital Nossa Senhora da Conceição
Autores
- STEFFANIE FERRARI RODRIGUES (Interesse Comercial: NÃO)
- FERNANDA LIMEIRA FANTON (Interesse Comercial: NÃO)
- DANIELE SAYURI SUZUKI (Interesse Comercial: NÃO)
Título
SÍNDROME DE COGAN: A IMPORTÂNCIA DO EXAME OFTALMOLÓGICO NO DIAGNÓSTICO
Objetivo
Descrever um caso da forma típica de Síndrome de Cogan (SC), uma entidade rara que acomete principalmente pacientes jovens, com uma gama de manifestações clínicas que podem atrasar e confundir o diagnóstico.
Relato do Caso
C.F.A., 31 anos, masculino, procura emergência devido a cefaléia intensa, perda do equilíbrio, perda auditiva bilateral há 2 meses e hiperemia ocular há 1 mês. Queixava-se também de mialgia e perda ponderal de 10 Kg nos últimos 3 meses. Na avaliação oftalmológica evidenciou-se acuidade visual de 20/100 em ambos olhos e na biomicroscopia apresentava hiperemia conjuntival, infiltrados corneanos intersticiais com vascularização estromal profunda bilateralmente. O exame fundoscópico era normal. A audiometria mostrou perda neurossensorial bilateral moderada a grave. Na atual internação as sorologias para sífilis e as demais foram negativas. Foi então firmado o diagnóstico da forma típica de SC, com sintomas de ceratite intersticial não sifilítica associada a hipoacusia neurossensorial bilateral e com sintomas sistêmicos de cefaleia,mialgia e perda ponderal, presente em apenas 30% dos casos. Após iniciado tratamento com colírio de corticosteroide, prednisona via oral e colírio lubrificante o paciente teve melhora progressiva da ceratite intersticial, redução da vascularização estromal corneana e última acuidade visual de 20/40 em ambos olhos, permanecendo com hipoacusia.
Conclusão
A SC é uma patologia rara e multissistêmica, de etiologia desconhecida, que exige um diagnóstico e tratamento de abordagem multidisciplinar. O exame oftalmológico foi fundamental para realizar o diagnóstico, e o conhecimento prévio sobre a síndrome foi essencial para a suspeita diagnóstica e confirmação, mostrando sua relevância para o diagnóstico de doenças sistêmicas, muitas vezes insuspeitas somente pela avaliação clínica e por exames convencionais.