Sessão de Relato de Caso


Código

RC217

Área Técnica

Uveites / AIDS

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte

Autores

  • LUCAS MARES GUIA RIBEIRO (Interesse Comercial: NÃO)
  • Renata de Sousa Carneiro (Interesse Comercial: NÃO)
  • Victoria Almeida Correa Gontijo (Interesse Comercial: NÃO)

Título

FUNDOSCOPIA EM RECEM-NASCIDO COM MICROCEFALIA, ACHADOS ASSOCIADOS A INFECÇAO POR ZIKA VIRUS

Objetivo

Relatar alterações em exame de fundo de olho (FO) de lactente atendido em serviço de oftalmologia por provável infecção congênita por Zika Vírus.

Relato do Caso

Lactente, feminino, 37 semanas e 5 dias de vida, AIG(2525g), CP:44cm. Parto cesariana, bolsa rota no ato, líquido amniótico claro, apresentação cefálica, Apgar 8/9. Perímetro cefálico ao nascimento: 28,5cm. Diagnóstico de microcefalia desde período intra-uterino, em USG com 25 semanas de gestação. Gestante de 18 anos, primigesta. Exames realizados em RN e Puérpera: VDRL: não reagente, HIV negativo, HBsAg negativo, toxoplasmose IgG e IGM negativos, CMV imune, herpes I imune, rubéola IgG e IgM negativos, parvovírus não reagente, Streptococcus B negativo. Puérpera nega comorbidades. Relata alergia cutânea durante a gestação. Nega sintomas gripais. TC de crânio do RN: desproporção crânio-facial com redução das dimensões cranianas, diâmetro biparietal 7,6 cm. Redução volumétrica encefálica acentuada caracterizada por hipotrofia cortical e cerebelar. Calcificações intracranianas encefálicas simetricamente distribuídas no parênquima, notadamente na substância branca profunda nas regiões periventriculares , núcleos da base e talamos. FO do RN:disco óptico com discreta palidez bilateral e atrofia peridiscal, lesão atrófica em retina, macular, temporalmente a fóvea em ambos os olhos. Encaminhada para o departamento de visão subnormal.

Conclusão

O lactente apresenta alterações compatíveis com anormalidades já descritas em pacientes com infecção presumida pelo Zika vírus. A atrofia coriorretiniana e a hipoplasia de disco óptico estão entre os achados mais observados até o momento. As alterações clínicas, de imagem e demais sorologias negativas, somadas às lesões oculares, corroboram a hipótese de infecção congênita por Zika Vírus, apesar da não confirmação laboratorial por exame de PCR.O acompanhamento desses pacientes é de extrema importância para auxiliar nos estudos do vírus, diagnóstico confirmatório, alterações a longo prazo da doença e minimizar ao máximo as sequelas visuais do paciente.

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6 a 9 de setembro | Fortaleza | Ceará | Brasil