Código
RC014
Área Técnica
Córnea
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Autores
- MICHELLE DE LIMA FARAH (Interesse Comercial: NÃO)
- Murilo Ubukata Polizelli (Interesse Comercial: NÃO)
- Lauro Augusto Oliveira (Interesse Comercial: NÃO)
Título
CONJUNTIVITE FOLICULAR POR SPOROTHRIX SPP
Objetivo
˜Relatar um caso de esporotricose ocular.
Relato do Caso
Paciente de 7 anos, do sexo feminino, procurou o pronto socorro oftalmológico com queixa de hiperemia ocular e edema de pálpebra do olho direito (OD) há 15 dias associado a quadro febril de curta duração (2-3 dias). Tratamento prévio: uso tópico de associação de tobramicina e dexametasona e acetado de prednisolona 0,12% por 15 dias e uso sistêmico de Azitromicina (5ml/200mg) por 7 dias. Acompanhante informou que o Gato da família faleceu há 1 mês com diagnóstico de esporotricose. Ao Exame oftalmológico: Acuidade visual de 20/25 no OD e 20/20 no OE. Pressão intraocular de 12 mmHg em ambos os olhos e fundoscopia sem alterações. Biomicroscopia do OD: nódulo em pálpebra superior temporal, múlltiplos nódulos em conjuntiva tarsal inferior e superior, hiperemia conjuntival difusa, nódulos sobrelevados perilimbares. Ao exame ectoscópico apresentava Linfonodopatia pré-auricular e submandibular à direita. Com a suspeita de Síndrome Oculoglandular Parainaud foi prescrito tratamento sistêmico com Doxiciclina e colhido a sorologia (IgM e IgG) para Bartonella henselae (sorologia negativa). Indicado, portanto, biopsia de nódulos de conjuntiva tarsal e bulbar e colheita de secreção conjuntival para cultura, esfregaços e PCR, sendo todos os testes negativos. Optamos por realizar sorologia pelo método Western Blot para esporotricose. Foram encontrados anticorpos anti Sporothrix, com forte reação com o proteoma do Sporothrix brasiliensis. Iniciamos então tratamento sistêmico antifúngico com Itraconazol.
Conclusão
Este relato de caso reporta utilização de método diagnóstico não rotineiro na identificação de um agente etiológico (Sporothrix Spp) que se encontra em epidemia em algumas regiões do Brasil, principalmente no Sudeste, e que pode estar mais presente no dia-dia do oftalmologista.