Código
RC046
Área Técnica
Glaucoma
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital de Clínicas de Porto Alegre
Autores
- CAROLINE BREZOLIN MARQUETTO (Interesse Comercial: NÃO)
- RODRIGO LEIVAS LINDENMEYER (Interesse Comercial: NÃO)
- PIETRO BAPTISTA AZEVEDO (Interesse Comercial: NÃO)
Título
ESTAFILOMA PÓS-TRABECULECTOMIA COM MITOMICINA C: RELATO DE CASO
Objetivo
Relatar caso de estafiloma escleral extenso observado pós-trabeculectomia associada a mitomicina C, antimetabólito amplamente utilizando atualmente como adjuvante ao procedimento, que, apesar de ter demonstrado bons resultados a longo prazo, pode estar relacionado a complicações pós-operatórias.
Relato do Caso
Paciente feminino, 41 anos, encaminhada ao nosso Serviço após ser submetida a trabeculectomia com mitomicina C em ambos os olhos, sendo o olho direito (OD) em julho de 2015 e o olho esquerdo (OE) em agosto de 2015, que desenvolveu amplo estafiloma (mais de 10mm de extensão nos dois eixos) e profundo na região da cirurgia prévia no OD. Na mesma instituição de origem, foi aplicado cola de cianoacrilato em setembro de 2015. Chegou ao nosso Serviço em outubro de 2015, apresentando ao exame acuidade visual 20/200 no OD e movimento de mãos no OE. Pressão intraocular encontrava-se em 25 e 13 mmHg, respectivamente. Biomicroscopia OD: afinamento escleral profundo e extenso com áreas de exposição uveal, ausência de conjuntiva em algumas porções sobre a área de estafiloma, presença de cola de cianoacrilato subconjuntival, câmara anterior formada, corectopia leve, sem catarata e sem Seidel. OE: câmara formada, sinéquias posteriores parcialmente rompidas, cristalino transparente, pequena e fina bolha filtrante superior. Fundoscopia: escavação total em ambos os olhos. Submetida a retirada da cola, revisão da área acometida, colocação de enxerto escleral com margens grandes e implante de válvula de Ahmed inferior em OD. No pós operatório, apresentou boa evolução com preservação de acuidade visual de 20/200 em OD e manutenção de PIO em níveis adequados em vigência de tratamento com colírio de associação de dorzolamida 2% e timolol 0,5%.
Conclusão
Trata-se de uma complicação rara que pode estar relacionada a questões técnicas da trabeculectomia isoladamente ou quando a mesma for associada ao uso inadequado de antimetabólitos, particularmente em pacientes suscetíveis ao desenvolvimento de estafiloma.