Título

NEURORRETINITE SUBAGUDA DIFUSA BILATERAL: RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar um caso de neurorretinite difusa bilateral em paciente jovem quando comumente a infecção é unilateral.

Relato do Caso

Paciente sexo masculino, 13 anos, com queixa de baixa da acuidade visual (BAV) bilateral desde os 12 anos. Paciente procurou atendimento na Fundação Leiria de Andrade com encaminhamento de outro serviço para investigação diagnóstica. Negava inflamações oculares ou traumas. Referia contato com cachorros em comunidade onde habitava. Trazia descrição de exame oftalmológico datado há 6 meses com acuidade visual (AV) em olho direito (OD) de movimento de mãos e em olho esquerdo (OE) de 20/80, além de alterações bilaterais do fundo de olho, evidenciando palidez papilar, afinamento vascular e alterações epitélio pigmentar da retina, principalmente em OD. Na ocasião da consulta, paciente referia piora da AV progressiva e indolor. Ao exame oftalmológico foi observado AV sem correção de movimento de mãos defeito pupilar aferente em ambos os olhos. Não havia alterações na biomicroscopia e ao fundo de olho com alterações bilaterais de palidez papilar, estreitamento de vasos retinianos, cicatriz perimacular de coriorretinite além de degeneração pigmentária difusa da retina. Não foi encontrado neumatoide subretiniano. Devido ao diagnóstico de neurorretinite subaguda difusa bilateral presumível, foi prescrito Albendazol 400mg/dia por 30 dias. Foi solicitado testes diagnósticos, porém paciente perdeu o seguimento e não retornou ao serviço oftalmológico.

Conclusão

Conclui-se que é de fundamental importância o diagnóstico precoce e o correto tratamento no caso de DUSN, principalmente quando ocorre bilateralmente, que apesar de ocorrer em rara frequência, é muito mais debilitante e incapacitante, ocasionando em perda visual grave irreversível.