Código
RC221
Área Técnica
Uveites / AIDS
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Hospital da Fundação Banco de Olhos de Goiás
Autores
- NATALIA BARBOSA DA SILVA LOPES (Interesse Comercial: NÃO)
- Luciana Barbosa Carneiro (Interesse Comercial: NÃO)
- Mauricio Pereira Dutra (Interesse Comercial: NÃO)
Título
NEUROCRIPTOCOCOSE COM SINAIS OCULARES EM PACIENTE COM SIDA ASSINTOMATICO
Objetivo
Relatar caso de Neurocriptococose com sinais oculares de um paciente com SIDA sem sintomas oculares.
Relato do Caso
Paciente do sexo masculino, 19 anos, encaminhado a um Serviço Oftalmológico devido ao estado de imunossupressão causado pelo vírus HIV em outubro de 2016. Sem queixas oftalmológicas e com estado geral comprometido. Paciente apresentava carga viral: 67.877 cópias/mL e contagem de células CD4+: 4 céls/mm³. Ao exame apresentava acuidade visual em ambos os olhos (AO): 20/25, biomicroscopia sem sinais inflamatórios. Fundoscopia e Retinografia com nervo óptico hiperemiado com perda da definição da margem com hemorragia em chama de vela, vasos com aumento da tortuosidade e ingurgitamento venoso, múltiplas lesões brancas – amareladas confluentes subretiniana e mácula sem edema. Angiografia com fluoresceína que demonstrou hiperfluorescência por leakage papilar e hiperfluorescência por bloqueio em região de lesões e hemorragia. Solicitado exames laboratoriais e punção liquórica. Após 12 dias paciente retorna com sorologia positiva para criptococose a partir de material coletado por punção liquórica. Iniciado tratamento para neurocriptococose com Anfoterecina B endovenoso por 30 dias. Paciente retornou após 15 dias para reavaliação, apresentava visão 20/20 AO, houve melhora do aspecto da neurite e coroidite multifocal.
Conclusão
A Criptococose é uma afecção sistêmica cujo agente etiológico é o fungo Criptococus neoformans. A infeção é relativamente comum em pacientes com SIDA, acometendo 5 a 10% dessa população. Ocorre principalmente envolvimento do Sistema Nervoso Central, as manifestações oculares não são comuns, ocorrem em 6% dos casos, entre elas são encontradas: papiledema, oftalmoplegia, ptose, neuropatia óptica, paralisia VI par e coroidite multifocal. Este caso demonstra importância do exame oftalmológico em pacientes com SIDA mesmo com pacientes sem queixas oftalmológicas pois patologias oculares em suas fases inicias podem apresentar sinais oculares sem sintomas. Favorecendo o rápido diagnóstico e mimeti