Código
RC136
Área Técnica
Plástica Ocular
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública
Autores
- ANA KELLY AIRES FERNANDES (Interesse Comercial: NÃO)
- BRUNO BARROS DE CARVALHO (Interesse Comercial: NÃO)
- RAQUEL COELHO DE SOUZA LIMA (Interesse Comercial: NÃO)
Título
USO DE ENXERTO DERMICO PARA FECHAMENTO DE CAVIDADE OCULAR EM EVISCERAÇAO: RELATO DE CASO
Objetivo
Esse trabalho visa relatar o uso de enxerto dérmico para fechamento do globo ocular em evisceração espontânea, sem a presença de tecido conjuntival para fechamento primário.
Relato do Caso
MLSO, 75 anos, feminino, aposentada, procedente de Salvador-BA. Deu entrada no pronto-socorro com queixa de dor em olho esquerdo (OE) há 02 dias, pior há 02 horas. Ao exame, acuidade visual de ausência de percepção luminosa em OE, biomicroscopia com presença de evisceração espontânea de estruturas do OE. Foi submetida no mesmo dia a evisceração, sendo impossível aproximar bordas conjuntivais. Realizado, então, enxerto dérmico de pálpebra superior, com retirada de tecido de cerca de 1,5 cm de diâmetro em OE, e fechamento primário da área doadora. O enxerto foi inserido em região central, onde não se fazia possível a aproximação das bordas conjuntivais, foi suturado com Vycril 6-0. Encontra-se em 7° dia pós-operatório, com bom resultado estético até o momento.
Conclusão
A evisceração é um procedimento indicado em diversas situações, incluindo trauma, olhos cegos dolorosos, tumores oculares. A tradicional técnica é finalizada com o fechamento da esclera e conjuntiva, aproximando as bordas. Sabe-se que enxertos dermoadiposos são utilizados para reconstrução primária de cavidades anoftálmicas, sendo considerado um meio efetivo para repor volume orbitário, com baixa morbidade e resultado cosmético satisfatório. Entretanto, é pouco descrito na literatura o uso de enxerto dérmico com função de fechamento primário da cavidade anoftálmica e não apenas para reconstrução. Diante de quadros com grande perda conjuntival, uma alternativa é o uso de enxerto dérmico, da pálpebra do paciente. Os enxertos dérmicos são tecidos autólogos, dispensando a necessidade de triagem infecciosa, meios de conservação ou transporte especiais. Há desvantagem de trabalhar em 2 sítios, tornando a cirurgia longa. Esse foi um caso, que até o momento teve bom resultado, com paciente satisfeita. É necessário um tempo de seguimento maior e mais experiência com a técnica para garantir sua eficácia.