Código
RC065
Área Técnica
Neuroftalmologia
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Clínica Oftalmológica do Hospital Geral de Fortaleza
Autores
- VANESSA TIMBO CANAMARY (Interesse Comercial: NÃO)
- ISA FERREIRA GOMES BARRETO (Interesse Comercial: NÃO)
- DAVID ANTONIO CAMELO CID (Interesse Comercial: NÃO)
Título
NEURITE OPTICA BILATERAL APOS INFECÇAO VIRAL POR CHIKUNGUNYA
Objetivo
Relatar um caso de amaurose bilateral súbita associada a infecção viral por Chikungunya
Relato do Caso
E.C.S., 75 anos, masculino, foi internado no Hospital Geral de Fortaleza (HGF) com quadro de febre baixa, mialgia, poliartralgia e dor retroocular, evoluindo com fraqueza em membros inferiores, rebaixamento do nível de consciência e baixa acuidade visual bilateral súbita, que progrediu em um dia para amaurose em ambos os olhos (AO). Paciente apresentava história de glaucoma, referindo bom controle da pressão intraocular (PIO) com uso de Maleato de Timolol. Ao exame oftalmológico, a acuidade visual (AV) era sem percepção luminosa (SPL) em AO. As pupilas estavam midriáticas e não fotoreagentes. A PIO era 10mmHg em AO. À fundoscopia, apresentava palidez de papila óptica, escavação remanescente nasal, atrofia peridiscal e macular, coroidose miópica, estreitamento arteriolar difuso em AO. A ressonância nuclear magnética (RNM) de crânio evidenciou hipersinal em nervo óptico, compatível com neurite óptica, e a RNM de neuroeixo mostrou sinais de mielite. A sorologia para Chikungunya foi positiva. Foi realizado pulsoterapia com metilprednisolona endovenosa, mas o paciente permaneceu sem melhora da AV em 2 meses de acompanhamento.
Conclusão
A infecção viral por Chikungunya pode ser uma das causas de perda de visão súbita nos casos de neurite óptica. Dessa maneira, é importante sempre destacá-lo como diagnóstico diferencial, tendo em vista o crescente número desta arbovirose no Brasil.