Sessão de Relato de Caso


Código: RC187

Área Técnica: Trauma

INSTITUIÇÃO ONDE FOI REALIZADO O TRABALHO

  • Principal: Associação Beneficente Santa Casa de Campo Grande

AUTORES

  • FELIPE AUGUSTO PINHEIRO DE OLIVEIRA (Interesse Comercial:NÃO)
  • Renata Vaucher de Oliveira (Interesse Comercial:NÃO)
  • Kleber Cunha Clemente (Interesse Comercial:NÃO)

Título

TRAUMA PENETRANTE COM PERMANENCIA DE CORPO ESTRANHO INTRAOCULAR

Objetivo

Relatar caso de paciente apresentando história de trauma penetrante (vidro) em OE, com permanência de corpo estranho em câmara anterior após tratamento cirúrgico.

Relato do Caso

FY, masculino, 24 anos, deu entrada no Pronto Socorro referindo história de trauma em olho esquerdo com estilhaços de vidro. Na ocasião, queixava-se de dor ocular e diminuição da acuidade visual. Ao exame físico oftalmológico, apresentava em olho acometido: hiperemia conjuntival 2+/4+, hemorragia subconjuntival, estilhaços de vidro em conjuntiva bulbar, tarsal e epitélio corneano, laceração de 3 mm em região paracentral da córnea, CA ampla e sem reação, seidel provocado. Acuidade visual: OD: 20/25 e OE: 20/50. Paciente foi então tratado cirurgicamente, sendo realizado a remoção dos estilhaços e sutura de córnea com Nylon 10.0 (1 ponto), associado ao uso de Moxifloxacino e Dexametasona tópicos. No primeiro dia de pós operatório, foi evidenciado a presença de um estilhaço de vidro de aproximadamente 1 mm em CA. A equipe médica decidiu acompanhar a evolução clínica do paciente para posteriormente programar um segundo procedimento cirúrgico para remoção do corpo estranho supracitado caso necessário. O paciente apresentou melhora progressiva da acuidade visual e se manteve sem queixas. Diante disso, optou-se pelo tratamento conservador, reduzindo gradualmente o uso do corticoide tópico e suspendendo o antibiótico após 10 dias. O fio de sutura foi removido depois de 22 dias do ato cirúrgico. Após 6 meses do trauma, o paciente não apresentava queixas e manteve acuidade visual de 20/25 em olho acometido.

Conclusão

O vidro é inerte para o olho e sua remoção cirúrgica não é mandatória (Craig et al., 2000). Todavia, o paciente deve ser acompanhado rigorosamente para a identificação precoce de complicações, sempre avaliando o risco e benefício de um procedimento cirúrgico. Traumas oculares penetrantes são comuns em Serviços de Pronto Socorro e causam alta morbidade para os pacientes, sendo importante as medidas preventivas e tratamento precoce.


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