Código: RC186

Área Técnica: Trauma

INSTITUIÇÃO ONDE FOI REALIZADO O TRABALHO

• Principal: Hospital Regional de Presidente Prudente

AUTORES

• MURILO FERNANDO VIEIRA NAVARRO (Interesse Comercial:NÃO)
• FERNANDO BUZATTO MANTOVAN (Interesse Comercial:NÃO)
• EMANUELE MORAES MELLO (Interesse Comercial:NÃO)

Título

Perfuração Ocular Traumática em Paciente Transplantado de Córnea

Objetivo

Relatar o caso de um paciente portador de transplante de córnea há 10 anos, após trauma ocular, em decorrência de agressão física.

Relato do Caso

Paciente masculino apresentou-se no Pronto Socorro de Oftalmologia do Hospital Regional de Presidente Prudente com queixa de dor, baixa visão, irritação e fotofobia em olho direito. Ao exame, acuidade visual para movimentos de mãos; biomicroscopia: perfuração ocular que acompanhava a linha de sutura do transplante corneano das 4h as 10h, hiperemia conjuntival, hérnia de iris e hifema, sem possibilidade de visualização de outras estruturas. Encaminhado para cirurgia oftalmológica, onde foi realizada sutura no mesmo leito do transplante e receptor com mononylon 10.0, com pontos separados e sepultados, como no transplante original. No seguimento pós-operatório, apresentou alterações de pressão intraocular, variando de 12 a 39mmHg; biomicroscopia: sinéquia anterior, pontos íntegros, sem seidel, sem sinais de rejeição, botão corneano tópico e opacidade corneana difusa. Quanto à acuidade visual, essa se manteve inalterada. Contudo, foi possível preservar o transplante antigo, enquanto se aguardava o andamento do caso, evitando assim procedimentos emergenciais, como o transplante tectônico, recobrimento conjuntival, e tarsorrafia, com todas as complicações que podem advir com o mesmo. No seguimento ambulatorial e com a evolução do quadro, foi encaminhado para um serviço de referência em córnea cirúrgica, onde se optou pela realização de novo transplante de córnea óptico, devido opacidade corneana. Paciente até o presente momento se encontra na fila aguardando o transplante e em seguimento para realização do mesmo.

Conclusão

O procedimento cirúrgico realizado preservou o transplante corneano e permitiu programação de uma nova cirurgia. Isso foi realizado com o objetivo de preservar a acuidade visual, a anatomia ocular e minimizar o risco de rejeição que poderiam ocorrer com o transplante tectônico, permitindo a programação de um transplante óptico eletivo com todos os seus benefícios e qualidade visual e de vida.