Código: RC100

Área Técnica: Órbita

INSTITUIÇÃO ONDE FOI REALIZADO O TRABALHO

• Principal: HCfmusp

AUTORES

• SUZANA MATAYOSHI (Interesse Comercial:NÃO)
• Mariana Pereira Leite Dias Gameiro (Interesse Comercial:NÃO)
• Allan Pieroni Gonçalves (Interesse Comercial:NÃO)

Título

RELATO DE CASO HEMANGIOMA ORBITARIO INFANTIL INTRA-OSSEO

Objetivo

Apresentar um caso muito atípico de hemangioma orbitário em lactente.

Relato do Caso

Paciente com 03 meses iniciou quadro de proptose progressiva. Exames tomográficos evidenciaram processo expansivo arredondado e com atenuação semelhante aos tecidos de partes moles com epicentro na topografia da parede lateral da órbita esquerda, com focos de erosão óssea locais, deslocamento antero-medial do bulbo ocular e da musculatura extrínseca órbitária. No exame de ressonância magnética observamos essa formação expansiva, encapsulada, de contornos definidos, com predomínio de hipersinal T2 e realce heterogêneo pelo contraste. Foi submetido a uma biópsia incisional, onde o anátomo-patológico mostrou vasos ectasiados com hiperplasia endotelial papilífera, trombose e endoteliose, sendo considerada a hipótese de lesão angiomatosa. Pesquisa de GLUT-1 negativo. Mesmo sem a definição diagnóstica foi introduzido tratamento com corticóide sistêmico (1mg/kg/dia) e posteriormente associação com propranol, apresentando boa resposta clínica.

Conclusão

Os hemangiomas da infância são lesões benignas de origem vascular. O hemangioma pode ser intra-ósseo e nesses casos comumente envolve o corpo vertebral e o crânio. O envolvimento dos ossos da face é raro, e quando ocorrem, geralmente acometem a região maxilar e a mandíbula. O acometimento do osso zigomático como relatado, é mais raro, tendo poucos casos descritos na lituratura. O diagnóstico do presente caso clínico torna-se difícil, diante da negatividade do marcador GLUT-1, sendo muitas vezes confundido com outras patologias, como malformações vasculares. No entanto, a excelente resposta ao tratamento clinico, com diminuição significativa do volume da massa, bem como suas características radiológicas, corroboram nossa hipótese diagnóstica.