Código: RC070
Área Técnica: Neuroftalmologia
NEURITE OPTICA POR CRYPTOCOCCUS NEOFORMANS: RELATO DE CASO
Relatar e revisar sobre acometimento visual por Cryptococcus neoformans
MJSS, 59, Feminino, apresenta durante tratamento hospitalar, com anfotericina B e Fluconazol, de criptococose confirmada com punção e cultura de LCR, quadro de amaurose em AO. Exame recente de TC de crânio não evidencia alteração. Punção do LCR mostrou celularidade de 60, 5 hemácias, proteínas de 197, glicose de 6, linfócitos 99%, neutrófilos 1%, Tinta Nanquin Positiva, BAAR negativo e presença de Leveduras +++. Hemograma e bioquímica sem alterações. AV: SPL AO Biomicroscopia: Córnea clara, sem opacidades, sem reação de câmara anterior com câmara anterior formada, tonometria sem alterações em AO. FO: Vítreo claro, disco óptico edemaciado e com bordas irregulares. Vasos com tortuosidade aumentada e com microhemroragias. Retina aplicada. Retinografia: idem
Relatamos um caso de neurite óptica, ainda em seguimento, em paciente com tratamento para criptococose e imunodeficiência por HIV, no qual apresentou-se com AV SPL em AO. Devemos sempre nos atentar que nestes pacientes o C. neoformans possui ampla capacidade de virulência, especialmente para o sistema nervoso central sendo esta infecção uma das mais frequentemente observadas em pacientes com SIDA. Enquanto a neurocriptococose apresenta-se frequentemente como encefalite difusa, o envolvimento ocular comumente é um fenômeno secundário, ocorrendo em até 30% dos pacientes com meningite criptocócica. Apesar do mecanismo do acometimento ocular permanecer incerto, o aumento da pressão do LCR é o principal fator de risco associada à cegueira.