Código: RC124

Área Técnica: Plástica Ocular

INSTITUIÇÃO ONDE FOI REALIZADO O TRABALHO

• Principal: Hospital Universitário Clementino Fraga Filho / UFRJ

AUTORES

• GUILHERME DA SILVA FERREIRA DA COSTA (Interesse Comercial:NÃO)
• Carolina de Aquino Xavier (Interesse Comercial:NÃO)
• Juliana de Sá Freire Medrado Dias (Interesse Comercial:NÃO)

Título

USO DA TOXINA BOTULINICA OFF-LABEL NO TRATAMENTO DO ENTROPIO SENIL: RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar o caso de dois pacientes com entrópio senil, tratados com aplicação de toxina botulínica como alternativa ao tratamento cirúrgico devido às condições clínicas que contra indicavam a realização da mesma.

Relato do Caso

Homem de 76 anos e mulher de 80 anos de idade, que não puderam se submeter à cirurgia para correção do entrópio devido condições clínicas que contra indicavam a realização da mesma. Em ambos os casos, os pacientes referiam hiperemia ocular, dor e fotofobia. Ao exame biomicroscópico, observava-se a inversão da margem palpebral associado à hiperemia conjuntival e ceratite ponteada em região inferior da córnea à esquerda. Devido às co-morbidades dos pacientes, escolheu-se realizar o tratamento do entrópio com a toxina botulínica DysportⓇ da seguinte forma: 1. Antissepsia com álcool 70% 2. Anestesia tópica com dermomaxⓇ creme 4% por 15 minutos 3. Infiltração de 16U da toxina com seringa BD Ultra-FineTM 30G na camada intramuscular da pálpebra inferior acometida, 4mm abaixo da margem palpebral em 3 pontos equidistantes horizontalmente, totalizando 48U Os pacientes foram reavaliados em 14 dias e 30 dias e referiram melhora total dos sintomas, com completa resolução do entrópio. Não houve complicações ou necessidade de retoques.

Conclusão

O entrópio é uma condição que não deve ser negligenciada, visto que pode evoluir com complicações mais graves como cicatrizes ou úlceras corneanas. Por isso a importância de se estabelecer o tratamento do entrópio de maneira correta e individualizado para cada caso. O tratamento cirúrgico é o padrão-ouro para a correção definitiva do entrópio, entretanto, nem sempre o paciente possui condições clínicas ou até mesmo o desejo de se submeter a este tratamento. Nestes casos, a aplicação da toxina botulínica, ainda que de duração temporária (3 a 4 meses), pode ser uma alternativa. Assim como nos trabalhos realizados por Clarke e Spalton (1988) e Deka e Saikia (2011), o tratamento nos pacientes relatados obteve resultados satisfatórios.