Código: RC140
Área Técnica: Retina
EDEMA MACULAR POS DENGUE CLASSICA
Relatar um caso de complicação oftalmológica pós dengue.
Paciente do sexo feminino, 27 anos, com diagnóstico clínico de dengue há 7 dias, procurou o serviço de oftalmologia em 14/03/16 com queixa de baixa visual em olho esquerdo percebida há 3 dias. Exame oftalmológico com acuidade visual em OD 20/20 e OE 20/100. Biomicroscopia apresentando raras células em vítreo anterior em OE e à fundoscopia edema macular, confirmado pela tomografia de coerência óptica que revelou espaços cistídes e fluido sub-retiniano. Optamos por conduta de tratamento de edema macular inflamatório com Prednisolona e Cetorolac de trometamina tópicos. Reavaliada após 48 horas, já apresentava importante melhora da acuidade visual (20/30 em OE), porém com edema perimacular e peridiscal ainda visíveis à biomicroscopia de fundo. No dia 21/03/2016 já se apresentava com acuidade visual 20/20 em OE, raras células em vítreo anterior e ao OCT o edema macular já apresentava absorção quase completa. A partir de 28/03/2016 sua acuidade visual foi 20/20, queixa de escotoma central e à biomicroscopia de fundo observou-se discreto edema peridiscal que cedeu; e no último OCT em 19/04/16, assim como na retinografia fluorescente deste dia, houve resolução completa do edema macular.
As manifestações clínicas desta arbovirose são muito variáveis, além de sua fisiopatologia ser complexa, sendo raras as complicações oftalmológicas, e ainda mais incomum o edema macular, não associado à vasculite importante ou a oclusões vasculares, sendo uma condição emergente, que ainda não possui fisiopatologia e tratamento bem estabelecidos. A tomografia de coerência óptica é um exame útil para diagnóstico e acompanhamento. O tratamento com corticóides tópicos pode ser opção terapêutica, visto que alguns estudos sugerem ser uma complicação imunomediada, porém é preciso maior acompanhamento e estudo de novos casos, pois pode tratar-se de complicação autolimitada.