Sessão de Relato de Caso


Código: RC195

Área Técnica: Uveites / AIDS

INSTITUIÇÃO ONDE FOI REALIZADO O TRABALHO

  • Principal: Instituto de Previdência Servidores de MG (IPSEMG)

AUTORES

  • CAROLINE CAMPOS MARTINS PIRES (Interesse Comercial:NÃO)
  • CLAUDIA SOLANGE SIMON TEIXEIRA DUARTE (Interesse Comercial:NÃO)
  • KAREN FIGUEIREDO MAGALHÃES (Interesse Comercial:NÃO)

Título

DOENÇA DA ARRANHADURA DO GATO: RELATO DE CASO

Objetivo

Relatar caso clínico de doença da arranhadura do gato.

Relato do Caso

CGD., 15 anos, masculino. Encaminhado devido à baixa acuidade visual em olho direito e suspeita de oclusão vascular. Atenção à anamnese: enfartamento ganglionar submandibular ipsilateral 10 dias antes da baixa de visão e contato com gatos. Ao exame: acuidade visual de vultos no olho direito (OD) e 20/20 no olho esquerdo (OE). Pressão intraocular de 14 mmHg em ambos os olhos. Biomicroscopia: câmara anterior sem reação inflamatória e vítreo anterior revelou presença de células 3+/4+ no OE. Fundoscopia sem alterações em OE e, em OD, edema e hiperemia do disco óptico e descolamento seroso volumoso da retina em feixe maculo-discal. Solicitada propedêutica laboratorial e retinografia fluorescente. Evoluiu com melhora espontânea da visão e da reação inflamatória em vítreo anterior; fundo de olho com diminuição do edema e hiperemia do disco óptico e formação de estrela macular. Nos resultados: IgG Bartonella positiva e Retinografia fluorescente com neurite unilateral com estrela macular, tendo hipótese diagnóstica de doença da arranhadura do gato. Após dois meses, paciente com AV no OD de 20/20-1 e queixa de metamorfopsia e alteração na percepção de cores. Fundoscopia: ainda há edema e hiperemia do disco e enrugamento da MLI. Indicamos Doxiciclina 200mg/ dia por 30 dias. Após tratamento, AV no OD foi 20/20, sem metamorfopsias, porém manteve alteração na visão de cores, fundo de olho sem edema de disco óptico e mácula com brilho normal.

Conclusão

A doença da arranhadura do gato é a causa isolada mais comum de neurorretinite. Tipicamente, evolui com perda de visão central indolor e subaguda, edema de papila, fluido sub-retiniano e estrela macular. Considerada doença autolimitada, a indicação de tratamento é controversa. Apresenta curso benigno, mas pode evoluir com palidez de papila e diminuição da visão de contraste e de cores. Optamos tratar pela resolução arrastada, seguindo com absorção da estrela macular, recuperação da acuidade visual e mantendo alteração na percepção de cores.


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