Código: P03
Área Técnica: Catarata
A TECNOLOGIA DE IMPRESSAO 3D JA E CAPAZ DE SUPERAR A INDUSTRIA MANUFATURADA NA OFTALMOLOGIA?
Avaliar aspectos biomecânicos, o uso peroperatório e a segurança do dispositivo de expansão pupilar Anel de Canabrava (AC) fabricado em dois materiais e processos distintos.
O total de 30 olhos de 30 pacientes foram selecionados para cirurgia de facoemulsificação com indicação para uso de dispositivos de expansão pupilar (diâmetro pupilar menor que 4,5mm) e foram divididos em dois grupos: (1) AC por impressão 3D (material VisiJet); (2) AC manufaturado (Mediphacos, Belo Horizonte, Brasil), de polimetil-metacrilato (PMMA). Aspectos biomecânicos como resistência à quebra, resiliência e regularidade da superfície foram comparados entre os dois dispositivos. Também foram comparados entre os grupos as complicações intraoperatórias, facilidade de uso e a ocorrência de anormalidades pupilares, como corectopias, rupturas de esfíncteres irianos, atrofias de íris. Avaliação do diâmetro pupilar foram comparados antes e após a cirurgia.
Nos testes laboratoriais, o anel manufaturado mostrou maior resistência à quebra, maior resiliência e apresentou superfície mais polida que o anel por impressão 3D. Embora os resultados peroperatórios e segurança entre os dois dispositivos sejam semelhantes, os cirurgiões reportaram uma incidência maior de atrofia iriana durante a cirurgia com o AC por impressão 3D. Além disso, foi observada maior dificuldade técnica para a colocação do dispositivo feito pela impressora 3D.
Devido à facilidade de se criar e mudar designs de diferentes tipos de material, a tecnologia de impressão 3D possibilita a criação de instrumentos customizados, ajudando oftalmologistas a criar dispositivos de relativo baixo custo. Isso permite um acesso mais universal à essas inovações, principalmente em países em desenvolvimento. Entretanto, a impressão 3D tem suas limitações e aperfeiçoamentos em sua tecnologia se fazem necessários para que ela se torne uma realidade na cirurgia oftalmológica.