Título

NEUROPATIA OPTICA COMPRESSIVA SECUNDARIO A DOLICOECTASIA DE ARTERIA CAROTIDA INTERNA

Objetivo

O objetivo deste trabalho é relatar o caso de um paciente com quadro de baixa acuidade visual progressiva e indolor há dois anos, acompanhada de palidez do nervo óptico (NO), alterações do campo visual OE e dilatação da artéria carótida interna (ACI) esquerda.

Relato do Caso

Paciente masculino, 44 anos, referia baixa acuidade visual indolor e progressiva em olho esquerdo (OE) há dois anos. Nega comorbidades previas, vícios ou uso de medicações. Apresentava acuidade visual de 1,0 em olho direito (OD) e 0,1 OE. Defeito pupilar aferente relativo presente à esquerda e motilidade ocular extrínseca sem alterações. Biomicroscopia normal. Pressão intraocular dentro da normalidade. Na fundoscopia apresentava disco grande, corado, escavação 0,6, macula livre e retina aplicada em OD e disco grande, escavação 0,7 com palidez difusa e atrofia do feixe papilomacular em OE. A campimetria evidenciou escotoma altitudinal inferior OE e os exames de neuroimagem mostraram dilatação dolicoectásica da ACI esquerda e íntimo contato como o NO ipsilateral. A tomografia de coerência óptica mostra perda de fibras nervosas no setor temporal. Baseado no quadro clínico sugestivo de neuropatia óptica compressiva e nos exames de neuro-imagem que não mostraram massa comprimindo o nervo óptico, fez-se a hipótese diagnóstica de neuropatia óptica compressiva secundária à dolicoectasia da ACI esquerda. O paciente foi encaminhado para avaliação da equipe de neurovascular, que optou por conduta expectante.

Conclusão

A neuropatia óptica compressiva secundária à dolicoectasia da artéria carótida interna é uma entidade clínica rara e deve ser considerada como um diagnóstico de exclusão nos casos de atrofia óptica. O mecanismo fisiopatológico consiste na compressão direta do nervo óptico pela porção dolicoectásica do vaso e, indiretamente, pela isquemia secundária à alteração da perfusão local.
A descompressão cirúrgica pode ser considerada, mas não há um consenso na literatura médica que forneça uma recomendação baseada em evidências.