SINDROME DE VOGT- KOYANAGI- HARADA: UMA RELATO DE CASO
Evidenciar as manifestações clínicas e oftalmológicas associadas a condição rara da Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada.
: Paciente, feminina, 42 anos, negra, procurou o serviço de urgência do Hospital dos Olhos de Feira de Santana - CLIHON, com queixa de hiperemia conjuntival, dor ocular e baixa acuidade visual em olho esquerdo (OE), associado a sintomas vestibulococleares como zumbido e vertigem, há uma semana. Ao exame oftalmológico apresentava acuidade visual corrigida (AVCC) de 20/25 em olho direito (OD) e 20/100 OE. À biomicroscopia anterior OD sem alterações; OE apresentava-se com hiperemia conjuntival 1/4+, flare e celularidade 1/4+ e presença de celularidade vítrea 2/3+. Fundoscopia: OD sem alterações; OE apresentando estrias subrretinianas em região súpero-temporal a mácula com tração no feixe papilomacular. Paciente evoluiu com acometimento do OD e piora da acuidade visual em ambos os olhos (AO) após quinze dias do início dos sintomas, ao exame, AVCC conta dedos 2 metros em OD e conta dedos 1 metro em OE. A fundoscopia revelou borramento do disco, tortuosidade e ingurgitamento vascular e tração feixe papilomacular de AO, além de um descolamento de retina (DR) seroso com bolsão em região inferior de OE. Solicitada Angiofluoresceinografia que evidenciou áreas de hiperfluorescentes de aspecto placoide (FIGURA 1); e Tomografia de Coerência Óptica, revelando edema macular seroso extenso (FIGURA 2). Paciente encaminhada para internação hospitalar e tratada com pulsoterapia, Metilprednisolona 1mg/kg/dia, evoluindo com remissão completa do quadro clínico, sem sequela visual, apresentando AVCC final de 20/20 em AO.
A síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada é uma doença multissistêmica e autoimune contra proteínas da membrana dos melanócitos, afetando, portanto, a retina, meninges, ouvido interno, pele e sistema nervoso central. O presente relato ressalta a necessidade de fazer o diagnóstico, através de um exame clínico minucioso, uma vez que o prognóstico apresenta relação com o tempo entre o diagnóstico e o início do tratamento.
Doenças Sistêmicas
CLIHON - Bahia - Brasil
GABRIELLA CURY RIBEIRO GATTO, PAULA MORELLATO BRAVO, Hermelino Lopes Oliveira Neto
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP