Título

SIFILIS OCULAR

Objetivo

A sífilis possui acometimentos relacionados aos olhos que se apresentam na manifestação da neurossífilis. Comum em pacientes imunodeficientes, estão entre os sinais e sintomas: uveites (anterior, posterior, panuveite), coriorretinite multifocal, descolamento retiniano seroso, além de processos relacionados as estruturas anteriores. Com o risco de causar perda da visão, deve ser tratada como uma emergência oftalmológica.

Relato do Caso

Paciente masculino, 50 anos, queixa de baixa da acuidade visual (BAV) progressiva de ambos os olhos há cerca de 48 horas. Diagnóstico prévio de espondiloartropatia (HLAB27+). História de transplante de córnea (1999) em Olho Esquerdo (OE) e PRK (2013). Exame oftalmológico do paciente apresentava alterações: Acuidade visual com correção (AVCC) alterada (OD: 20/100 - OE:20/200), biomicroscopia (BIO) apresentando Reação de Camara Anterior (RCA) (OD: RCA +2, Flare 0, cristalino transparente / OE: RCA+1, flare 0, cristalino transparente), Pressão Intraocular (PIO) normais (14/14), fundoscopia apresentando zonas hipocromicas em região macular, microhemorragias macular e perimacular em OD e zonas de hipocromia em região peridiscal em OE (figura 1). Prescrito acetato de prednisolona 1% + tropicamida 1%. Laboratoriais: PPD = 0; VDRL = 1:128; HIV = não reagente. Exames de imagem: OCT (figura 2). Iniciado protocolo para neurosífilis (Penicilina Cristalina 3-4 milhoes UI, EV, 4/4 horas, por 14 dias). No 7º dia de tratamento houve melhora do quadro oftalmológico, principalmente da AVCC (OD: 20/60 – OE:20/80). 14º dia, contínua melhora, seguimento do caso, coleta de Liquorcefalorraquidiano (LCR) e tratamento do parceiro.

Conclusão

O tratamento precoce da sífilis ocular está relacionado a um bom prognóstico. A coleta de LCR deve ser realizada e repetida a cada seis meses até que esteja normalizada. É fundamental saber as possíveis manifestações da sífilis ocular para que o diagnóstico seja breve e o tratamento rapidamente iniciado, buscando evitar sequelas.