MANEJO DE TRAUMA OCULAR PENETRANTE NA INFANCIA: UM RELATO DE CASO
Reportar um caso de trauma penetrante extenso em paciente pediátrico cuja abordagem foi desafiadora e realizada em dois tempos cirúrgicos.
Sexo masculino, 9 anos, com história de trauma com estojo de lápis em olho esquerdo (OE) há 03 dias do primeiro atendimento. Ao exame oftalmológico, o OE apresentava acuidade visual (AV) sem correção de 20/400, córnea com laceração linear paracentral superior de limbo a limbo tamponada por íris, câmara anterior (CA) rasa e fibrose em cápsula anterior do cristalino. Emergencialmente, foi realizado sutura de córnea, correção de hérnia e íris e reconstrução de CA. Evoluiu com AV de 20/100, sem faixa na retinoscopia, opacidade corneana cicatricial no local da laceração, catarata cortical anterior +3/+4 e subcapsular posterior +3/+4 e sinéquias posteriores. Retornou apenas após 11 meses por perda de seguimento apresentando AV de conta dedos e progressão das sinéquias e da catarata. Foi submetido, então, à sinequiálise, facoaspiração e implante de lente intraocular de 3 peças no saco capsular. Foi necessário o uso de retratores irianos e auxílio de cautério de radiofrequência na capsulorrexe devido à área de fibrose. Após a segunda abordagem, atingiu AV de 20/50 com refração estática plano -3.50dc 150 e eixo visual livre.
Traumas oculares penetrantes são uma ameaça a integridade do globo e constituem uma emergência oftalmológica. O pronto atendimento e tratamento cirúrgico destas condições são essenciais para preservar o olho e recuperar a visão. Na infância, essas injúrias são mais frequentemente preveníveis e podem ser evitadas se a criança estiver sob a supervisão de um adulto.
Trauma/Urgências
Fundação Altino Ventura (FAV) - Pernambuco - Brasil
Mariana Gurgel Carvalho De Souza, Wanessa Paes Pinto, Bruna Vieira Ventura
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP