NEUROPATIA AUTONOMICA PERIFERICA DE PREDOMINIO PARASSIMPATICO COM ESTUDO ELETROFISIOLOGICO VISUAL
Relatar um caso de Neuropatia Autonômica Periférica (NAP) de predomínio parassimpático com estudo eletrofisiológico visual. O diagnóstico é clínico, porém exames complementares, como os relatados neste caso, podem ser úteis. Testes eletrofisiológicos padrão, como estudos de condução nervosa e eletromiografia podem ser normais, podendo a doença passar despercebida.
Paciente do sexo feminino, 38 anos, apresentou embaçamento visual crônico e intermitente, com duração variável, principalmente para visão de perto, associado a dor e dificuldade de elevação dos ombros, palpitação, sudorese, aumento da pressão arterial e síncopes eventuais. Realizou investigação para feocromocitoma, com resultados de exames negativos. Ao exame, apresentava acuidade visual de 20/20 em ambos os olhos, motricidade ocular intrínseca e extrínseca preservada e pressão intraocular dentro da normalidade. À biomicroscopia, algumas opacidades corneanas finas e em cunha em ambos os olhos. À fundoscopia, alguns focos de despigmentação do EPR temporais à mácula e demais sem alterações. Eletromiografia sem alterações. O Tilt test positivo (figura 1), o potencial visual evocado normal e o eletrorretinograma (figura 2) com aumento dos tempos implícitos, comprovaram a NAP com predomínio do sistema autônomo parassimpático.
A NAP ou Neuropatia de fibras finas é um distúrbio no qual as fibras nervosas autônomas finas, levemente mielinizadas ou não mielinizadas são seletivamente afetadas. Há associação com diversas doenças como mecanismos subjacentes, mas pode ser idiopática. Disautonomias, simpáticas ou parassimpáticas, envolvendo sistemas cardiovascular, gastrointestinal, urogenital, sudomotor e pupilomotor ocorrem de formas variadas. A presença de dor, parestesia, taquicardia, aumento da pressão arterial, hipotensão postural, sudorese excessiva e embaçamento visual, como no caso relatado, são comuns. É um distúrbio relativamente comum que resulta em sintomas potencialmente graves. O reconhecimento precoce condiciona ao rápido manejo dos sintomas, evitando complicações
Retina
Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre - Rio Grande do Sul - Brasil
ANA HELENA HIRATA CHOI, Nédio Castoldi, Manuel Augusto Pereira Vilela
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Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP