ESPONDILITE ANQUILOSANTE EM USO DE ANTI-TNF, INTERCORRENCIA DE TUBERCULOSE PULMONAR E OCULAR E SUBSTITUÇAO DE IMUNOBIOLOGICO PARA INIBIDOR DE IL-17 COM CONTROLE SISTEMICO E OCULAR
Esse trabalho tem como objetivo o relato de caso de paciente com espondilite anquilosante em uso de de anti-tnf (adalimumabe), que teve seu tratamento suspenso e durante tuberculose pulmonar, para tratar a mesma e cursou com uveíte anterior aguda.
AQB, masculino, 32 anos, branco, morador Rio de janeiro, portador de Espondilite Anquilosante (EA) tratando com ANTI-TNF (Adalimumabe), encaminhado por reumatologista com o diagnóstico de Tuberculose pulmonar (TB), já em suspensão de medicação prévia e iniciado o esquema RIPE em 04/02/22. Relata moscas volantes, baixa da acuidade visual (AV), fotofobia em OD com melhora desses sintomas a partir de 23/02/22 relacionado ao tratamento do bacilo.
Ao exame apresentou AV s/c OD 20/25 e OE 20/20
Biomicroscopia sem alterações, FO leve turvação vítrea e DPV em OD
Retinografia fluoresceínica: OD com coroidite, sugestiva de TB ocular. USG: OD vitreíte, leve condensações vítreas, descolamento de vítreo posterior total. Através do consenso dos especialistas foi mantido suspenso o tratamento com imunobiológico e continuado o esquema RIPE.
Em 06/22, sem anti-TNF, tratando TB, teve atividade da uveíte anterior, não granulomatosa característica da EA, lombalgia e poliartralgia. Optou-se por tratar o olho topicamente associado ao uso de outro imunobiológico: Anti IL-17 (Secuquinumabe). Mantido o esquema RIPE com TB em resolução.
Retorna em 08/22 após finalizado o esquema RIPE, em uso de ANTI-IL-17, sem atividade da TB pulmonar e ocular; lombalgia; uveíte da espondilite anquilosante. Exames complementares com resolução completa, sendo mantido esquema terapêutico.
Baseado em ensaios clínicos mundiais existe consenso que os anti-TNF são os imunobiológicos com o melhor resultado para o tratamento da EA. Em contrapartida, aumentam o risco de doenças infecciosas oportunistas como a Tuberculose, endêmica no país.
Tal relato nos desafiou a pensar em uma alternativa onde solucionamos a intercorrência infecciosa e mantivemos o controle da doença reumatológica e da sua manifestação ocular (uveíte).
Uveites / AIDS
Centro de Estudos e Pesquisa Oculistas Associados (CEPOA) - Rio de Janeiro - Brasil
LUIZA COSTA RIBEIRO, THEO RAMALHO MORAIS, FRANCISCO ASSIS DE ANDRADE
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