ULCERA DE CORNEA GRAVE COM PLASTRAO ESTERIL NA CAMARA ANTERIOR
Relatar caso de depósito de material inflamatório na câmara anterior associado a úlcera de córnea bacteriana
Paciente do sexo masculino, 39 anos, comparece ao pronto-socorro oftalmológico do HCFMUSP com queixa de piora da acuidade visual e dor no olho esquerdo há 3 dias após trauma com materiais de construção. Não tinha antecedentes pessoais ou familiares relevantes. Acuidade visual de 20/20 no olho direito e movimento de mãos no esquerdo. Biomicroscopia evidenciava no olho esquerdo hiperemia conjuntival, úlcera de córnea de 3,5mm de diâmetro na região paracentral nasal superior e afilamento de 50% sem sinais de perfuração e hipópio de 1mm. Iniciado tratamento com Cefazolina 5% e Gentamicina 1,2% e coleta de material para cultura. Resultado de cultura positivo para Streptococcus pneumoniae. Houve melhora progressiva do aspecto da úlcera, porém piora do hipópio que se organizou e formou um plastrão organizado na câmara anterior. No D14 de evolução, foi iniciado uso de Prednisolona 6/6 horas com melhora do aspecto do plastrão (Imagem 1).
As úlceras de córnea se apresentam como um perda de estroma com um defeito epitelial sobreposto que se impregna com fluoresceína. A formação de hipópio pode estar presente, porém na ausência de perfuração do globo ocular quase sempre se trata de uma inflamação estéril. Devendo o oftalmologista conduzir o caso de forma que, após a resolução do quadro infeccioso, associe o uso de esteroides para resolução do quadro inflamatório subjacente.
Córnea
HC FMUSP - São Paulo - Brasil
THAÍS LIMA PAULA ORDONES, IAGO ROCHA BASTOS, ANTONIO JOSE INACIO RUFINO
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