OCLUSAO ARTERIAL ASSOCIADA A APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO: RELATO DE CASO
Relatar e discutir, através de um caso clínico, o aumento na incidência de alterações oculares e eventos tromboembólicos decorrentes de apneia obstrutiva do sono.
DJF, masculino, 79 anos, queixa de baixa acuidade visual em olho direito (OD) sem melhora após facoemulsificação com implante de lente intra-ocular. Antecedentes pessoais: história de ataque isquêmico transitório, hipertensão arterial sistêmica (HAS), múltiplas exéreses de tumores de pele em asa nasal. Ao exame: estreitamento de orifício nasal, IMC 27; acuidade visual em OD de vultos, e 20/20 em olho esquerdo (OE); biomicroscopia: sem alterações; Fundoscopia: OD: palidez de papila temporal, superior e inferior, escavação 0,7x0,7, afinamento de vasos sobre a rima neural e no feixe papilo-macular, mácula atrófica senil; PIO de 8mmhg em OD e 10mmhg em OE. Campo visual 24-2 OD: escotoma central; tomografia de coerência óptica OCT de retina: OD: afinamento difuso da retina interna compatível com oclusão de artéria central da retina (OACR) (Figura 1); Polissonografia com índice de apneia e hipopneia moderada; Doppler de carótidas: obstrução de 40-50% de carótidas bilateralmente. Realizado diagnóstico de OACR tendo como fatores de risco HAS, doença aterosclerótica e síndrome da apneia obstrutiva do sono (SAOS). Paciente encaminhado para tratamento de SAOS com equipe multidisciplinar.
A SAOS cursa com hipóxia, hipercapnia e aumento da pressão torácica alterando sistema autonômico, hemodinâmico, humoral e regulação neuroendócrina. A síndrome está relacionada à disfunção endotelial no sistema circulatório que pode agravar doenças cardiovasculares, sendo fator de risco para acidente vascular encefálico e oclusão retiniana.
Neuroftalmologia
Hospital Oftalmológico de Brasília - Distrito Federal - Brasil
CAMILA BARBOSA DEOLINO, Júlia Mendonça Ponte Souza, Natanael Abreu Sousa
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2022379801