Título

DISTROFIA POLAR POSTERIOR DE COROIDE - RELATO DE CASO

Objetivo

O objetivo deste trabalho é relatar e descrever um caso raro de Distrofia Polar Posterior de Coroide (DPPC).

Relato do Caso

Paciente do sexo masculino, 75 anos, hipertenso, ex-tabagista, residente no Rio de Janeiro. Chegou à consulta com queixa de redução progressiva da acuidade visual (AV) há onze anos. Em uso de atenolol, nifedipina, hidralazina, fenitoína e clonazepam. História pregressa de acidente vascular encefálico. Ausência de histórico familiar de glaucoma e de consanguinidade dos genitores. Ao exame oftalmológico apresentou AV com a melhor correção de 20/300 em olho direito (OD) e de vultos em olho esquerdo (OE). À biomicroscopia, catarata em ambos os olhos (AO). A tonometria de aplanação revelou pressão intraocular de 16 mmHg em OD e de 18 mmHg em OE. Ao mapeamento de retina, estreitamento vascular difuso e extensa área de atrofia macular bilateral. Os exames de retinografia e autofluorescência revelaram importante atrofia do epitélio pigmentado da retina (EPR) e hipoautofluorescência central em AO. A tomografia de coerência óptica (OCT) identificou atrofia da camada coriocapilar e das camadas externas da retina. À angiografia fluoresceínica, extensa hiperfluorescência macular bilateral. O paciente foi encaminhado ao setor de Visão Subnormal e segue em acompanhamento pelo setor de Retina e Vítreo da instituição.

Conclusão

A DPPC é caracterizada por atrofia da camada coriocapilar da coroide e do EPR, levando à alterações em polo posterior e região peripapilar. Seu desenvolvimento e progressão podem estar relacionados à mutações genéticas e o início do quadro evidencia áreas atróficas que se tornam confluentes com a evolução da doença. De acordo com o exame oftalmológico do paciente, sua avaliação multimodal e a correlação com os diagnósticos diferenciais das distrofias coroideanas, foi estabelecido o diagnóstico de DPPC. Atualmente, ainda não há tratamento específico para essa patologia rara e seu prognóstico é reservado. Entretanto, o acompanhamento médico é essencial para avaliar e prevenir as possíveis complicações.