Título

ULCERA CORNEANA POR CURVULARIA SPP: IMPORTANCIA DA SUSPEITA CLINICA

Objetivo

Documentar caso de úlcera perfurada por Curvularia spp. em um paciente com ocupação de jardineiro e história prévia de trauma ocular.

Relato do Caso

Homem, 32 anos, jardineiro e hígido compareceu na emergência com quadro de dor, fotofobia e baixa acuidade visual em olho direito há 1 mês, após retirada de corpo estranho corneano em outra unidade. Estava sendo tratado com colírio de ciprofloxacino associado com dexametasona de 2/2h, maleato de timolol 0,5% e prednisolona 1% de 3/3h desde então, sem melhora do quadro. Ao exame, foi constatado acuidade visual de conta dedos a um metro e, na biomicroscopia, observou-se hiperemia conjuntival intensa com injeção ciliar, úlcera de córnea paracentral nasal esbranquiçada e com bordas hifadas, afinamento central, além de infiltrado intracameral fibrinoso e hipópio (Foto 1). Foi solicitada cultura da lesão ocular e do raspado de unha, com diagnóstico de Curvularia spp., e prescrito Itraconazol oral 200mg/dia, Piramicina 5% 2/2h, Gatifloxacino 0,3% 1/1h e lubrificante sem conservante. Também foi realizada lavagem de câmara anterior e injeção intraestromal de anfotericina B 1% e aplicação subconjuntival de fluconazol. Apesar da melhora clínica, o paciente evoluiu com perfuração corneana e hérnia de íris (Foto 2), necessitando de transplante de urgência (patch corneano).

Conclusão

O elemento chave para diagnóstico de úlcera corneana é a suspeição clínica, através da anamnese e dados epidemiológicos. O manejo da doença envolve terapia medicamentosa e/ou cirúrgica que, se realizadas precocemente, previnem complicações e desfechos negativos.