SINDROME DE ELLINGSON APOS CIRURGIA COMBINADA DE FACOEMULSIFICAÇAO E TRABECULECTOMIA
Relatar caso de subluxação de lente intra-ocular (LIO) para cavidade vítrea após cirurgia de facoemulsificação e implante de LIO combinada com trabeculectomia levando à uveítes anteriores de repetição e difícil controle de pressão intra-ocular em provável caso de síndrome de Ellingson.
Paciente de 81 anos, do sexo masculino, portador de glaucoma primário de ângulo aberto, submetido à cirurgia de facoemulsificação e implante de LIO no sulco capsular combinada com trabeculectomia em olho direito (OD) em 2017, compareceu à consulta de rotina em 2023 com relatos de episódios frequentes de hiperemia e dor ocular combinados com embaçamento visual desde procedimento cirúrgico, além de dificuldade do controle glaucomatoso mesmo com bolha filtrante. Ao exame de biomicroscopia apresentava injeção ciliar 360º crônica e posicionamento inadequado de lente intra-ocular por declive de óptica superior. Ao exame de biomicroscopia ultrassônica da câmara anterior, visualizada LIO implantada verticalizada com alça inferior posicionada sob íris causando fechamento de ângulo e alça superior mergulhada no vítreo. Indicado reabordagem com vitrectomia posterior e reposicionamento de LIO.
A síndrome de Ellingson ou síndrome UGH (uveíte-glaucoma-hifema) é mais comum em pacientes idosos e após implante de LIO de peça única em sulco capsular. No seguimento pós-operatório deve ser hipótese diagnóstica em pacientes com uveíte anterior de repetição e difícil controle glaucomatoso, e a biomicroscopia ultrassônica auxilia na definição do posicionamento da LIO e sua relação com estruturas adjacentes.
Catarata
Instituto de Olhos Ciências Médicas - Minas Gerais - Brasil, Pós-Graduação Ciências Médicas PGCM-MG - Minas Gerais - Brasil
PEDRO HENRIQUE MEDICI DE SOUSA, RAFAELA MALAGOLI DOS SANTOS, MARIA CLARA CAMPOS DINIZ DUARTE
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