Título

ESPOROTRICOSE OCULAR NA FAIXA ETARIA PEDIATRICA

Objetivo

Apresentar um caso de uma paciente de 7 anos com esporotricose ocular que devido a faixa etária foi optado pelo tratamento com iodeto de potássio ao invés de itraconazol, apresentado resposta clínica importante após 3 meses de tratamento e após mais 3 meses remissão completa

Relato do Caso

Paciente do sexo feminino, 7 anos, moradora de Guarulhos-SP, em zona urbana, deu entrada em pronto socorro de oftalmologia relatando que o olho direito estava machucado e com desconforto há 8 dias. Negava trauma, baixa acuidade visual e demais queixas. Questionada sobre contato com animais, referiu presença de gato doente em casa, com ferimentos em face. Ao exame físico apresentava acuidade visual sem correção de 20/20 em ambos os olhos, a biomicroscopia do olho direito revelou uma lesão nodular papulosa hiperemiada descamativa na pálpebra inferior direita e presença de lesões granulomatosas em conjuntiva tarsal inferior(Figura 1). Não havia secreção, a córnea estava transparente, não corava a fluoresceína, a câmara anterior era ampla, sem reação e sem flare, o cristalino era transparente. Não haviam alterações no olho contralateral e na fundoscopia de ambos os olhos. Foi pesquisado adenomegalias por palpação, não encontrando alterações. Diante do quadro clínico, do contato com gato doente e da residência em Guarulhos-SP, área em que a esporotricose é endêmica, foi levantada a hipótese de esporotricose ocular e instituído tratamento empírico. Devido a idade de 7 anos optamos pelo tratamento com solução de iodeto de potássio 1g/mL com dose inicial de 3 gotas por dia, via oral, ao invés de itraconazol que é comumente utilizado em adultos. Foi percebido melhora considerável do quadro, pelo aspecto das lesões, em 3 meses de tratamento(Figura 2) e após 6 meses do início da medicação as lesões desapareceram por completo. O tratamento foi mantido por mais 1 mês.

Conclusão

A solução de iodeto de potássio se mostrou uma medicação efetiva para o tratamento de esporotricose, sendo importante principalmente para pacientes em que há insegurança ao uso de itraconazol.