ANQUILOBLEFARO FILIFORME CONGENITO: RELATO DE CASO RARO
Relatar um caso de anquilobléfaro filiforme congênito diagnosticado em hospital de referência do sul do país.
Paciente C.O.F., sexo feminino, nascida em 31/08/22, a termo precoce de 37 semanas, via parto vaginal, sem intercorrências, peso de nascimento 3175g, Apgar 9/10. Criança nasceu e pediatras solicitaram avaliação cirúrgica por possível fusão de fenda palpebral à direita. Teste do reflexo vermelho normal à esquerda, porém não era possível realizá-lo à direita. Equipe da cirurgia pediátrica orientou solicitação de consultoria para oftalmologia por condição descrita como ‘’presença de membrana que une a pálpebra superior à inferior em região mediana em olho direito, impossibilitando a realização do teste do olhinho. Paciente consegue abrir apenas as laterais do olho”. Avaliada pela equipe de Oftalmopediatria em 02/09/22, foi verificada a presença de pequeno anquilobléfaro em região média de olho direito, unindo pálpebra inferior à superior e impossibilitando abertura ocular. Realizada excisão cirúrgica, aparentemente remanescente epidérmico, e realizado teste do reflexo vermelho em olho direito, normal. Prescrito pomada antibiótica por 7 dias, com retorno para reavaliação ambulatorial em 1 mês. Na consulta de retorno, em 30/09/22, foi constatada a presença de pequeno anquilobléfaro temporal residual em olho direito, que foi excisado, novamente com prescrição de pomada antibiótica por 5 dias e retorno ambulatorial em 6 meses, posto que o restante do exame foi dentro da normalidade.
O anquilobléfaro filiforme congênito é uma condição rara, prevalência <1 / 1 000 000, caracterizada por uma fusão palpebral que pode ser parcial ou completa. A fusão das pálpebras ocorre durante a sexta semana de gestação e assim permanecem até a 25 º semana. Durante o processo de separação, um remanescente de tecido epitelial pode manter as pálpebras unidas gerando o anquilobléfaro. O tratamento desta condição é a remoção cirúrgica e deve ser realizado precocemente, permitindo abertura ocular normal e impedindo ambliopia por privação.
Oftalmopediatria
Hospital Nossa Senhora da Conceição - Rio Grande do Sul - Brasil
ALINE DE ARAUJO HACKBART, ALINE DOS SANTOS, ALICE CRISTINE ZANELLA
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