Título

FISTULA CAROTIDEO-CAVERNOSA COM TROMBOSE SECUNDARIA DO SEIO CAVERNOSO

Objetivo

Relato de caso de paciente idosa fístula carotídeo-cavernosa com fechamento espontâneo com trombose parcial do seio cavernoso.

Relato do Caso

Paciente feminina, 80 anos, com dor e olho vermelho a direita acompanhado de diplopia binocular horizontal há 1 mês, sem relato de trauma. Histórico de hipertensão arterial sistêmica e dislipidemia. Ao exame: acuidade visual do olho direito de 20/50 e do olho esquerdo de 20/25; proptose com pulsação orbitária e limitação à abdução do olho direito. Reflexos pupilares sem alterações.
Olho direito (OD) com hiperemia conjuntival de 2+/4+, ingurgitamento de vasos episclerais, córnea transparente, câmara anterior ampla, íris trófica sem neovasos, facico. Pressão intraocular do OD de 35mmHg. Gonioscopia (OD) com ângulo aberto até banda de corpo ciliar com ingurgitamento vascular. Fundoscopia (OD) com disco óptico róseo, bem delimitado, escavação fisiológica, macula plana com brilho preservado, vasos tortuosos e retina aplicada. Angiotomografia de crânio e órbita evidenciou veia oftálmica com ectasia e realce em fase arterial; e realce precoce do seio cavernoso a direita com vaso anômalo medial a carótida cavernosa direita. Devido a aumento da pressão intraocular refratário a medicações hipotensoras, foi realizado angiografia para embolização da fístula - evidenciado então trombose do seio cavernoso secundária ao fechamento espontâneo da fístula. Em razão do risco aumentado de hemorragia intracraniana, foi optado por anticoagulação com dose profilática.

Conclusão

As fístulas indiretas são tipicamente de baixo fluxo, e estão relacionadas com hipertensão arterial sistêmica. Mulheres pós-menopausa são mais comumente afetadas. 70% dos casos têm fechamento espontâneo, porém são indicações de intervenção pressão intraocular descontrolada, neuropatia óptica e isquemia retiniana. Seu fechamento pode evoluir para trombose do seio cavernoso.