ESTUDO COMPARATIVO DA EFICACIA ANTIBACTERIANA DAS SOLUÇOES MULTIUSO PARA LENTES DE CONTATO GELATINOSAS
O objetivo do presente estudo é comparar a eficácia das soluções multiuso para lentes de contato gelatinosas (MPDS) em inibir a proliferação bacteriana comercialmente disponíveis no Brasil.
Este é um estudo prospectivo, experimental e comparativo, em que soluções disponíveis comercialmente foram testados quanto ao seu efeito antimicrobiano. Os isolados clínicos foram compostos por dois gêneros de bactérias coletados em raspados corneanos de usuários de lentes de contato gelatinosas provenientes da emergência do Hospital Banco de Olhos de Porto Alegre. Assim foram divididos nos seguintes grupos: Grupo 1: três cepas de Pseudomonas aeruginosas; Grupo 2: duas cepas de Staphylococcus aureus; Grupo 3: duas cepas de Staphylococcus epidermidis.
Cinco MPDS com diferentes composições para o cuidado de lentes de contato disponíveis no mercado brasileiros, a saber, Bio Soak® (Teuto), ClearLens® (Optolentes), Opti-Free Replenish® (Alcon), Renu Fresh® (Bausch & Lomb) e UltraSept® (Kley-Hertz) foram avaliadas (designadas A, B, C, D e E respectivamente) quanto sua eficácia antimicrobiana in vitro (Tabela 1). Todas as soluções estavam dentro do prazo de validade, conforme o fabricante. Para o controle do experimento foi utilizado solução salina 0,9% estéril.
A eficácia das cinco MPDS em P. aeruginosa, S. aureus e S. epidermidis, e os valores da inibição do crescimento bacteriano são mostrados na Figura 1. Foi possível observar uma diferença entre os resultados das soluções, nos diferentes intervalos de tempo (2min, 10min, 30min, 2h, 4h e 6h).
É fundamental entender as diferenças na eficácia de desinfecção de cada produto comercialmente disponível para o cuidado das lentes de contato. As soluções C e D (Renu e Opti-Free) foram os únicos produtos com desempenho consistentemente melhor do que outros produtos em todos os microrganismos testados. As soluções preservadas em polihexametileno biguanida (PHMB) não tiveram a mesma inibição bacteriana no modelo in vitro desenvolvido.
Córnea
Educação em Saúde Ocular
HOSPITAL BANCO DE OLHOS - Rio Grande do Sul - Brasil
BRUNO GUILHERME COCH BROETTO, OTÁVIO DE AZEVEDO MAGALHÃES, FERNANDA BRADOW BRANDS, DÉBORA RIBEIRO DOS SANTOS, GERTRUDES CORÇÃO