PERFURAÇAO CORNEANA SECUNDARIA A FLOPPY EYELID SYNDROME
Descrever um raro caso de Floppy Eyelid Syndrome evoluindo com úlcera de córnea infecciosa e perfuração ocular.
Paciente masculino, 33 anos, frentista, encaminhado do interior do Estado de Minas Gerais para avaliação. Relata história progressiva de incômodo, hiperemia ocular e secreção pior pela manhã de início há 75 dias. Foi realizado coleta de secreção conjuntival e prescrito antibióticos tópicos, porém sem melhora do quadro. Há 15 dias apresentou piora importante dos sintomas e BAV importante em OD, o que o motivou a nova consulta com médico assistente, momento em que foi encaminhado para o Centro Oftalmológico de Minas Gerais (COMG). Nega uso de lente de contato ou trauma ocular. História pregressa: obesidade, apneia do sono e hipertensão arterial. Ao exame oftalmológico, paciente apresentava Acuidade visual C/C OD: < 20/800; OE: 20/20. À biomicroscopia: OD: verticalização dos cílios, edema e flacidez em pálpebra superior, reação papilar, hiperemia conjuntival 3+/4+, córnea com ceratite difusa, úlcera corneana perfurada em região temporal superior medindo 3,0 x 3,75mm com sinequia anterior, câmara anterior rasa, com seidel positivo no local da lesão, hipópio de 1mm e hipotonia ocular; OE: discreta verticalização dos cílios, flacidez palpebral, reação papilar, córnea transparente (imagens 1 e 2). O paciente foi encaminhado para transplante penetrante de urgência por úlcera infeciosa perfurada e ao clinico geral para melhor condução do quadro sistêmico.
A obesidade e apneia do sono são condições sistêmicas cada vez mais presentes e além de aumentarem a incidência de doenças cardiovasculares, traz tambem maiores chances do desenvolvimento da Floppy Eyelid Syndrome, a qual suspeita-se ser fator cardinal na evolução rápida para perfuração. Sendo assim devemos nos atentar para essas condições sistêmicas bem como alterações corneanas secundárias ao mau funcionamento palpebral visto que o diagnóstico e tratamento precoce são de fundamental importância para que possamos evitar complicações sistêmicas e oftalmológicas.
Córnea
Centro Oftalmológico de Minas Gerais (COMG) - Minas Gerais - Brasil
ANDRE LOPES CARVALHO PEREIRA, Kassio De Assis Alves, Silvia Lages Ribeiro