Título

TRATAMENTO DA RETRAÇAO PALPEBRAL INFERIOR ADQUIRIDA: ESTUDO COMPARATIVO ENTRE CARTILAGEM AURICULAR E DERME

Objetivo

Comparar os resultados obtidos com a correção cirúrgica da retração palpebral inferior utilizando 2 tipos de espaçadores (cartilagem auricular e derme) em pacientes com 30 dias de pós-operatório.

Método

Foram estudados pacientes dos setores de Órbita e Plástica Ocular do ambulatório de Oftalmologia do HC-FMUSP, os quais apresentavam retração palpebral inferior estável por pelo menos 6 meses, com indicação cirúrgica para correção (DRM2 = ou > que 4.5 mm e scleral show = ou > que 1 mm).
Os pacientes inclusos passaram por consulta pré-operatória e foram reavaliados com 1 semana e após 1 mês de cirurgia. Todos foram submetidos ao exame oftalmológico completo, incluindo a avaliação da superfície ocular.
Os pacientes foram alocados aleatoriamente em um dos 2 grupos segundo a cirurgia a ser submetido:
1- Enxerto de cartilagem auricular autóloga
2- Enxerto de derme autóloga
Essa decisão foi tomada por sorteio para o primeiro paciente e teve alternância nos demais. Nos casos de retração palpebral bilateral, foi utilizado o mesmo tipo de espaçador nas duas pálpebras.
Os pacientes foram fotografados em todas as consultas na posição primária do olhar, perfil direito e esquerdo. As imagens foram analisadas pelo Programa Image J (versão 1.53q), podendo-se obter medidas pré e pós-operatórias referentes à DMR2.

Resultado

Foram recrutados 16 pacientes e operados 28 olhos. Após treinamento no software e organização do banco de imagens, obtivemos até agora (março de 2022) os seguintes resultados (Gráficos 1 e 2):
1- Medidas pré-operatórias da DMR2
2- Medidas pós-operatórias da DMR2
A análise preliminar dos dados de fotografias pré e pós-operatórias mostram que a interposição do enxerto teve efeito na redução da retração palpebral inferior, representada pela diminuição da DMR2 em média de 1,81 mm para o enxerto de cartilagem auricular e de 1.63 mm para derme (Fig. 1).

Conclusão

Com as mensurações realizadas até o presente momento, podemos dizer que ocorreu uma melhora do aspecto clínico da retração palpebral inferior em relação à DMR2.