Título

DRUSAS DE NERVO OPTICO MIMETIZANDO GLAUCOMA: UM RELATO DE CAS

Objetivo

Relatar um caso de drusas de nervo óptico tratado como glaucoma por 12 anos.

Relato do Caso

A.H.S., 34 anos, homem, história familiar positiva para glaucoma. Iniciou tratamento para glaucoma em 2009, quando apresentava escavação 0,5 e 0,2 à direita e esquerda respectivamente e escotoma relativo paracentral superior. A tomografia de coerência óptica (OCT) apresentava na ocasião espessura da camada de fibras nervosas (CFN) dentro da normalidade, com ausência de defeitos localizados. Usou latanoprosta por muitos anos irregularmente e a medicação foi suspensa em 2015. Até 2021, os exames seriados estruturais e funcionais não mostraram variações significativas. Nessa ocasião, foi avaliado no Setor de glaucoma da UFTM e em exame detalhado do nervo óptico foi suspeitada a presença de drusa de papila temporal inferior em olho esquerdo. O diagnóstico foi confirmado pela autofluorescência na angiografia e pelo exame de ultrassonografia. Os valores da pressão intraocular (PIO) estiveram sempre abaixo de 20 mmHg, mesmo nos períodos que esteve sem a medicação.

Conclusão

As Drusas do Nervo Óptico (DNO) são depósitos focais, no interior do nervo óptico, que resultam do metabolismo axonal do nervo. Embora seja frequentemente assintomática, as DNO podem levar a alterações oftalmológicas estruturais e funcionais, como afinamento da camada de fibras nervosas da retina e perda do campo visual correspondente a sua localização no disco óptico. A falta de progressão das alterações anatômicas e funcionais e valores de PIO dentro da normalidade mesmo sem medicaçoes, permitem a conclusão que o defeito perimétrico observado deve-se a presença das DNO mimetizando dano glaucomatoso.