UTILIDADE DO TESTE DO GELO NO DIAGNOSTICO DA MIASTENIA GRAVIS - UM RELATO DE CASO
Objetiva-se apresentar a utilidade do teste do gelo no diagnóstico da Miastenia Gravis (MG), como método eficaz, rápido, fácil, acessível e de baixo custo.
Paciente masculino, 68 anos, compareceu à urgência oftalmológica com queixa de diplopia há 11 dias. Ao exame: acuidade visual com correção (AVCC) de 20/20 (olho direito - OD) e 20/100 (olho esquerdo - OE), ptose da pálpebra esquerda, hipertropia de D/E equivalente a 20DP, sem alterações à biomicroscopia e fundoscopia. Não haviam outras manifestações sistêmicas. Realizado teste do gelo: francamente positivo, com resolução completa da ptose esquerda e com simetria das fendas palpebrais pós-teste, o que levou à hipótese diagnóstica de MG. Devido a não gravidade do quadro, não foi iniciado tratamento no momento e foi solicitado retorno com tomografia computadorizada de tórax e exames séricos, incluindo sorologias, dosagem de anticorpos (anti-acetilcolina, anti-muscarínico, anti-TPO, pANCA, cANCA, anti-Ro, Anti-La), eletroforese de proteínas e eletroneuromiografia. Paciente retornou após 15 dias com melhora significativa, sem queixas e exame do OE revelou: AV de 20/30, sem ptose e HT de D/E equivalente a 8DP. Dos exames, anti-acetilcolina positivo e restante sem alterações, o que confirmou o diagnóstico de MG. Foi então referenciado a reumatogia e neurologia para acompanhamento e eventual tratamento do caso.
O teste do gelo é um método muito útil na investigação de ptose não traumática de acontecimento recente. Destaca-se por ser rápido, de fácil execução, amplamente acessível, de baixo custo e principalmente por ter boa sensibilidade e especificidade no diagnóstico da MG.
Oculoplástica
INSTITUTO DE OLHOS CIÊNCIAS MÉDICAS - MG - Minas Gerais - Brasil
TAISA IZABELA MAGALHAES E SOUZA, RALF BRETAS LEITE, FERNANDA COTRIM STEFANELLI