Título

VALIDADE DO USO DA TELEOFTALMOLOGIA COMO ALTERNATIVA A OFTALMOSCOPIA INDIRETA EM RECEM-NASCIDOS

Objetivo

Avaliar a reprodutibilidade e a performance da telemedicina em auxílio à oftalmoscopia indireta no diagnóstico e seguimento de oftalmopatias congênitas e teste do reflexo vermelho alterado, propondo um método alternativo na detecção de alterações centrais da retina através do uso de smartphones.

Método

Trata-se de um estudo transversal descritivo, realizado com 28 recém-nascidos da Maternidade do Hospital do Trabalhador de Curitiba que tiveram alteração no teste do reflexo vermelho, suspeita ou diagnóstico de sífilis congênita e/ou toxoplasmose congênita. Os pacientes foram submetidos a dois métodos: oftalmoscopia indireta testado e oftalmoscopia indireta convencional. No método testado, as imagens coletadas pelo smartphone, com auxílio de uma lente de 20 dioptrias, gravadas em qualidade 4k e 30 quadros por segundo, foram enviadas via internet, de modo que não perdessem qualidade, para um oftalmologista o qual não tinha acesso ao diagnóstico do paciente, e os resultados foram comparados com os produzidos presencialmente pelo oftalmoscópio binocular indireto.

Resultado

O processo de coleta de dados foi em uma amostra por conveniência. O exame realizado com auxílio da telemedicina apresentou especificidade de 92,9% quando comparado com o exame presencial. Dentre as fotos avaliadas pelo oftalmologista como ''qualidade ruim'', nenhuma levou a uma avaliação falso-positivo no diagnóstico à distância. Smartphones de geração igual ou superior ao iPhone 7 possuem capacidade de gravação suficiente para realização do exame sem comprometimento dos resultados.

Conclusão

A imagem de fundo de olho realizada com os smartphones possui boa reprodutibilidade e alta especificidade (92,9%) em relação à oftalmoscopia indireta convencional, sendo potencialmente útil para a confirmação de retinopatias em pacientes com sífilis congênita e teste do reflexo vermelho alterado, expondo a viabilidade na teleoftalmologia e da teleinterconsulta no rastreio de oftalmopatias em recém-nascidos.