SINDROME DE TERSON APOS TRAUMATISMO CRANIOENCEFALICO
DEMONSTRAR A ASSOCIAÇÃO ENTRE TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO E SÍNDROME DE TERSON, BEM COMO A URGÊNCIA OFTALMOLÓGICA NESSES CASOS.
Paciente de 61 anos, sexo masculino, diabético. Em acompanhamento ambulatorial desde 2019 com acuidade visual (AV) 20/25 em ambos os olhos (AO), sem outras queixas. Retorna ao ambulatório em outubro de 2021 com queixa de diminuição da acuidade visual e histórico de internação hospitalar recente devido a diversas quedas da própria altura, sendo diagnosticadas múltiplas lesões cerebrais secundárias a traumas contusos. No exame oftalmológico constatou-se AV 20/40 em AO, alteração pigmentar foveal em AO, múltiplas hemorragias intrarretinianas, hemorragia vítrea e edema macular, fechando diagnóstico de Síndrome de Terson e edema macular (Fig 1ª e Fig 1B). Após ser submetido a duas sessões de YAG laser, o paciente retornou para nova consulta, ocasião em que nova retinografia evidenciou diminuição significativa das hemorragias em ambos os olhos (Fig. 2A, Fig 2B, Fig 2C e Fig 2D).
A Síndrome Terson tem sua patogenia explicada pelo sangramento vítreo secundário à hemorragia subaracnoide aguda, ao TCE ou mesmo à hemorragia intraparenquimatosa cerebral não traumática(1). Com o súbito aumento da pressão venosa ou intracraniana, que rompe os capilares peripapilares ou causa compressão da veia central da retina, há diminuição da drenagem venosa retiniana, provocando estase e hemorragia(2). Essa síndrome não é infrequente, com incidência que varia de 2,6% a 27% nos casos de aneurisma rompido(3) e está associada a um pior prognóstico de vida(4). Reconhecê-la e realizar o manejo adequado pode oferecer ao paciente melhor qualidade de vida, como ocorreu no caso em tela.
Retina
Faculdade Brasileira - Espírito Santo - Brasil, Universidade Fedral do Espírito Santo - Espírito Santo - Brasil
DANIELLE VIEIRA PRAXEDES, Leonardo Fávaro Pereira, Thiago Cabral