Detalhes


Título

Fístula carótido-cavernosa suspeitada através do exame oftalmológico detalhado.

Objetivo

Relatar quadro clínico de paciente admitida no pronto-socorro do Hospital Universitário de Londrina e diagnosticada com fístula carótido-cavernosa a partir da suspeita clínica evidenciada pelo exame oftalmológico detalhado.

Relato do Caso

R.B.C, 60 anos, feminino, encaminhada ao Hospital Universitário de Londrina por história de dor retro orbitária direita contínua, de intensidade 5/10 há 4 meses. Relatava piora clínica há 3 semanas, com quadro de hiperemia conjuntival em olho direito (OD), edema palpebral e fotofobia, além de redução de acuidade visual bilateralmente. Sem relato de traumas oculares. História patológica prévia de hipotireoidismo.
À admissão, apresentou acuidade visual sem correção óptica 20/30 em ambos os olhos, movimentação ocular extrínseca preservada e pupilas isofotorreagentes. À biomicroscopia, visualizado edema palpebral, proptose discreta em OD e ingurgitamento de vasos esclerais e episclerais ipsilaterais (Figura 1). Sem outros achados dignos de nota.
A pressão intraocular era 24mmHg em OD e 16mmHg em olho esquerdo (OE). À fundoscopia apresentava ingurgitamento venoso em olho direito, com calibre e tortuosidade dos vasos aumentados. Não auscultado sopro orbitário.
Diante da suspeita de Fístula Carótido-Cavernosa, solicitado angiotomografia de crânio que evidenciou retificação do nervo óptico à direita, opacificação parcial do segmento anterior do seio cavernoso direito e franca opacificação da veia oftálmica superior ipsilateral durante fase arterial (Figura 2). Solicitada avaliação de equipe de neurocirurgia. Atualmente, aguarda abordagem cirúrgica precoce e segue em acompanhamento oftalmológico.

Conclusão

O exame oftalmológico completo é essencial em pacientes que procuram pronto socorro. A angiotomografia é o exame de imagem de escolha quando há suspeita desta patologia. Fazem parte do diagnóstico diferencial trombose de seio cavernoso, doença ocular tireoidiana e outras causas de proptose. A abordagem é realizada por equipe multidisciplinar tendo em vista a complexidade do tratamento desta paciente.

Área

Órbita

Instituições

Universidade Estadual de Londrina - Paraná - Brasil

Autores

OTON KAZUAKI ARABORI, Heloisa Stang Huning, Beatriz Iris dos Santos

Promotor

Realização - CBO

Organização

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