OCLUSAO DE VEIA CENTRAL DE RETINA BILATERAL SECUNDARIA A SINDROME DA HIPERVISCOSIDADE POR LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA
Relatar o caso de um paciente que apresentou oclusão de veia central da retina bilateral secundária à síndrome da hiperviscosidade por leucemia mielóide aguda
Paciente masculino, 14 anos, internado em hospital geral infantil, em investigação de astenia e síncope, teve diagnóstico de leucemia mielóide aguda. Durante a internação referiu que há 3 semanas, juntamente com o início dos sintomas da doença de base, iniciou com embaçamento visual em ambos os olhos. Sendo assim, foi solicitada avaliação da equipe de oftalmologia. Ao exame oftalmológico, realizado em leito de enfermaria, apresentava acuidade visual OD: conta dedos 1,5 m e OE: conta dedos 2 m. Motilidade ocular preservada. Ectoscopia AO: sem alterações. Mapeamento de retina AO: disco com bordos borrados, hemorragias subrretinianas e retinianas difusas, exsudatos difusos, estrela macular, manchas sugestivas de Roth, importante tortuosidade vascular, retina aplicada. Na investigação laboratorial foram solicitadas sorologias para descartar retinite infecciosa, com resultados negativos. Paciente iniciou tratamento quimioterápico, após foi reavaliado com melhora do edema de disco, hemorragias e brilho macular. Apresentou acuidade visual de conta dedos 3 m. A acuidade visual provavelmente era melhor, a mesma foi realizada a beira do leito devido às demais condições clínicas do paciente. No momento, segue em acompanhamento com oftalmologia e aguarda transplante de medula óssea.
A causa mais comum de síndrome de hiperviscosidade é secundária à macroglobulinemia de Waldenstrom, todavia deve-se pensar em outras causas associadas. Alterações retinianas não são raras em pacientes com neoplasias hematológicas, entretanto a síndrome da hiperviscosidade sintomática é rara, ocorrendo em torno de 5 % dos pacientes. Sendo assim, em pacientes com neoplasias hematológicas e baixa visual súbita a síndrome da hiperviscosidade deve ser investigada e tratada rapidamente para evitar piora no prognóstico visual.
Doenças Sistêmicas
Hospital Pequeno Príncipe - Paraná - Brasil, Santa Casa de Misericórdia de Curitiba - Paraná - Brasil
LARISSA GEMBALLA, ANAH JULIA BENTO ANDREOLI GONÇALVES, PEROLA GRUPENMACHER IANKILEVICH