OFTALMOPATIA DE GRAVES ASSOCIADA A MIASTENIA GRAVIS: FORMA OCULAR ASSIMÉTRICA
Relatar um caso de Oftalmopatia de Graves associado a Miastenia Gravis, forma ocular assimétrica, seu diagnóstico baseado em achados clínicos e ice-pack test positivo.
DMS, feminino, 35 anos, com Doença de Graves, com queixa de ptose em olho esquerdo (OE) e diplopia flutuante ao longo do dia, sem demais queixas clínicas. Ao exame oftalmológico apresentava retração palpebral superior em OD, ptose em OE, com acentuação da mesma em supraversão, exoftalmia de 24mm em OD (olho direito) e 25mm em OE, restrição da movimentação ocular extrínseca em todos os sentidos em OE (figura 01 superior), com importante restrição em supradução de OE, oftalmoplegia flutuante em OE, exotropia e leve hipertropia em OE. Acuidade visual sem correção de 20/20 em ambos os olhos, pupilas isocóricas, ausência de defeito pupilar aferente relativo, conjuntivas calmas, sem quemose. Tomografia Computadorizada (TC) de Crânio com espessamento da musculatura extraocular extrínseca em ambas as órbitas, mais significativo à esquerda (figura 01 inferior). Realizado em sequência Ice-pack test, por 02 minutos, com significativa melhora da ptose em OE (figura 02), sendo realizado diagnóstico clínico de Miastenia Gravis, forma ocular, associado a Oftalmopatia de Graves. Paciente em sequência submetida a TC de Tórax, não sendo evidenciado hiperplasia tímica ou timoma. Tradada com terapia anticolinesterásica, otimização do hipertireoidismo apresentando-se eutireoidea, obtendo-se melhora da diplopia e ptose.
É reconhecida a associação entre Miastenia Gravis (MG) e hipertireoidismo, particularmente a Doença de Graves, com uma prevalência de hipertireoidismo de 2 a 17 % em pacientes com MG. A presença de ptose em um paciente com Oftalmopatia de Graves deve levantar a hipótese diagnóstica de MG associada.
Neuroftalmologia
Universidade Federal Fluminense (UFF) - Rio de Janeiro - Brasil
RAFAEL ERTHAL ALVES ROBBS, Gustavo Erthal Alves Robbs, Erika Marques Demori