Código
GR24
Área Técnica
Retina
Instituição onde foi realizado o trabalho
- Principal: Centro Oftalmológico de Minas Gerais (COMG)
Autores
- BRUNA PENNA GUERRA LAGES (Interesse Comercial: NÃO)
- Juliana Lambert Oréfice (Interesse Comercial: NÃO)
- Laura Fontoura Castro Carvalho (Interesse Comercial: NÃO)
Título
NEURORRETINOPATIA MACULAR AGUDA: MANIFESTAÇAO OFTALMOLOGICA DE CRISE HIPERTENSIVA AGUDA EM ADOLESCENTE
Objetivo
Relatar um caso de neurorretinopatia macular aguda secundária a uma crise hipertensiva em paciente adolescente.
Relato do Caso
Paciente A. J. D. S., 14 anos, comparece em pronto atendimento de clínica médica com quadro de crise hipertensiva aguda após ingestão abusiva de anti-inflamatório não esteroide. Atendida em hospital geral, com medida da pressão arterial de 200/140 mmHg. Realizada biópsia renal, que avaliou 92% de esclerose global da peça, com fibrose e atrofia tubular. Prescrito corticoticoterapia oral 30mg/dia e furosemida. Realizado atendimento oftalmológico 3 dias após a alta hospitalar, devido a quadro de baixa acuidade visual (BAV). Medida de acuidade visual (AV) de 20/200 em olho direito (OD) e 20/100 em olho esquerdo (OE). Não apresentava alterações à biomicroscopia do segmento anterior de ambos os olhos (AO). Ao exame de fundo de olho (FO) de AO, apresentava exsudação macular em padrão de exsudatos duros abundantes. Ao OCT de AO, apresentava aumento da refletividade interna da retina, sugestiva de oclusão arterial; com material hiperrefletivo subrretiniano, pontos hiperrefletivos na camada plexiforme interna, compatível com exsudatos duros; interrupção da zona elipsoide, e deposição de material hiperrefletivo subrretiniano e intrarretiniano. Aventada hipótese diagnóstica de neurorretinopatia macular aguda. Após dois meses, paciente retorna com exames laboratoriais apresentando contagem global de leucócitos de 1980 células/mm3, creatinina de 8,0mg/dL e ureia de 200mg/dL. A acuidade visual era de 20/40-2 em OD e 20/100 em OE. Ao exame de FO de AO, mantinha padrão de exsudação macular, com exsudatos duros ainda abundantes. Ao exame de OCT de AO, apresentava hiperrefletividade na camada nuclear externa, com interrupção da zona elipsoide. A paciente segue em acompanhamento do quadro em conjunto com a clínica médica.
Conclusão
O caso ilustra a gravidade da neurorretinopatia macular aguda, uma patologia rara e devastadora. A abordagem terapêutica integrada é fundamental para o manejo eficaz desse quadro clínico.
Número de protocolo de comunicação à Anvisa: 2024023032
Responsável Técnica Médica: Wilma Lelis Barboza | CRM 69998-SP